A diretora do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, Josette Sheeran, admite que pode racionar a ajuda alimentar a países necessitados por causa da inflação mundial nos preços dos alimentos, de 40% ano ano passado, e a falta de recursos.
Em entrevista à rádio e televisão pública britânica BBC, a ex-subsecretária de Estado americana fez um apelo aos países ricos para que aumentem sua contribuição. Entre os países em dificuldades, Josette citou o Afeganistão, onde o povo não tem dinheiro para comprar comida.
Ela considera urgente distribuir sementes e fertilizantes a agricultores de países pobres para evitar a fome.
Em países como o Iêmen, a Indonésia e o México, advertiu Josette, a classe média está economizando em educação e saúde para não prejudicar a nutrição. Depois de duas décadas, o Egito reintroduziu um sistema de racionamento de comida. O mesmo fez o Paquistão.
Enquanto a China, a Rússia e a Venezuela impuseram controles de preços, a Argentina e o Vietnã taxaram ou proibiram a exportação de alguns alimentos.
No início do mês, a Organização para Alimentos e Agricultura da ONU (FAO) advertiu que a alta nos preços de cereais como trigo e milho tornaram-se "uma grande preocupação mundial". Em alguns países em desenvolvimento, o preço de alimentos básicos subiu 80%.
Depois dos 40% de inflação no ano passado, a ONU prevê um aumento de pelo menos um terço na conta dos alimentos importados em 2008. No caso da África, a expectativa é de um crescimento de quase 50% nos gastos.
Outra questão importante é o impacto que uma crise mundial de alimentos teria sobre as negociações de liberalização comercial da Organização Mundial do Comércio (OMC), estagnadas por causa da relutância dos países ricos em cortar os subsídios agrícolas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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