terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sérvia retira embaixador de Washington

Em protesto contra o reconhecimento pelos Estados Unidos da independência do Kossovo, o governo da Sérvia retirou seu embaixador de Washington, chamando-a a Belgrado para consultas, uma tradicional medida diplomática para manifestar o descontentamento.

Durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, alegou que a independência do Kossovo cria um sério precedente para países como movimentos separatistas.

A diferença, argumenta a União Européia (UE), é que a violência étnica deflagrada por Slobodan Milosevic ao perseguir a maioria albanesa do Kossovo criou uma situação inconciliável.

Não estaria, portanto, aberto um precedente a uma das regras da sociedade internacional: não se alteram fronteiras nacionais sem a concordância dos dois lados.

Mas a Rússia já fala na independência de duas regiões da ex-república soviética da Geórgia de maioria russa: Abcásia e a Ossétia do Sul.

É uma contradição porque a Rússia ameaça vetar o reconhecimento do Kossovo pelo Conselho de Segurança da ONU.

Dentro da União Européia, a maioria dos países reconheceu a independência. Mas todos os que têm movimentos autonomistas ou separatistas internos rejeitaram a "declaração unilateral", como disse o ministro do Exterior espanhol, Miguel Ángel Moratinos. Entre eles, estão Espanha, Grécia, Chipre, Bulgária e Romênia.

A Federação Russa certamente teme pelo surgimento de outra Chechênia entre as 89 unidades federadas. E a China tem a questão de Taiwan, ameaça invadir a ilha que considera uma província rebelde, se Taiwan declarar independência.

No mundo globalizado, o pequeno e pobre Kossovo, adquire outra dimensão.

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