quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Viúvo de Benazir propõem grande coalizão

O líder do Partido Popular Paquistanês, Assif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, mudou de opinião de um dia para o outro e anunciou na quarta-feira estar pronto para formar uma grande aliança para governar o Paquistão.

Como o PPP elegeu 33% dos deputados eleitos do parlamento paquistanês, o PPP conquistou o direito de formar o governo do país, que adota o regime parlamentarista.

Na terça-feira, Zardari dissera que formaria o governo com quaisquer partidos, menos com a Liga Muçulmana do Paquistão-Q, o partido do ditador, general Pervez Musharraf.

Grande derrotado na eleição, com apenas 14% das cadeiras para seu partido, o general ficou sob pressão dos dois maiores partidos do país para renunciar à presidência. Mas anunciou que permaneceria no cargo como "coordenador do processo de democratização".

Musharraf era comandante do Exército em 1999, quando o então primeiro-ministro Nawaz Sharif tentou destituí-lo e foi derrubado.

A História do Paquistão independente mostra que a maior parte do tempo o país foi governado por generais. O golpe só dá certo quando é dado pelo comandante do Exército. Mas esse não falha. Nenhum governo civil cumpriu todo o mandato.

Zardari deve ter percebido que Musharraf ainda tem o apoio do Exército, quando fala em "unir todas as instituições", inclusive o Exército, fiador da unidade nacional. Já avisou que não será candidato a primeiro-ministro. O PPP deve indicar outro nome.

O general Musharraf também tem o apoio dos Estados Unidos, já que é o guardião das armas nucleares do Paquistão, grande sonho dos terroristas muçulmanos.

Quando Benazir Bhutto voltou ao Paquistão, com o apoio americano, a expectativa era de um acordo com Musharraf. O general continuaria como presidente e Benazir seria primeira-ministra.

Essa rearticulação está sendo refeita.

Nenhum comentário: