Em sua marcha triunfal, o senador Barack Obama venceu na terça-feira as eleições primárias do Partido Democrata no Distrito de Colúmbia, onde fica a capital, Washington, e nos estados de Maryland e da Virgínia. São as chamadas prévias do Rio Potomac, que banha essas três unidades da federação americana.
Ele ganhou por 75% a 24% no DC, 64% a 35% na Virgínia e está na frente em Maryland, onde a apuração não terminou, por 60% a 34%.
As vitórias de Obama complicam a situação da senadora Hillary Clinton, que seguiu para o Texas, começando sua campanha para a primária daquele estado, que só será realizada em 4 de março.
Enquanto Hillary aposta no Texas e em Ohio, os dois grandes estados onde ainda haverá eleições prévias, sua campanha está perdendo a força.
O momento é de Obama, que acaba de fazer um discurso inflamado em Madison, no estado de Wisconsin, onde será realizada a próxima primária. Hillary corre o risco de repetir o erro do ex-prefeito de Nova Iorque, que concentrou a campanha na Flórida, enquanto seus adversários vinham embalados com vitórias nas primeiras prévias.
Obama aumentou sua penetração entre homens brancos e trabalhadores da baixa renda. Ganhou de Hillary no eleitorado latino, ainda que seja pequeno no Vale do Potomac, e chegou a 90% entre os negros.
Na Virgínia, onde os republicanos ganharam todas as eleições presidenciais desde 1964, Obama teve mais votos sozinho do que os dois candidatos republicamos somados.
Com mais três vitórias, Obama assumiu a liderança em número de delegados à Convenção Nacional Democrata que indicará oficialmene o candidato do partido. Tem 1.212 contra 1.191 de Hillary, pelas projeções do jornal The New York Times.
Para garantir a indicação, o candidato precisa conquistar o apoio de 2.025 delegados. Mesmo que ganhe todas as primárias em estados pequenos, Obama não vai chegar lá porque o Partido Democrata divide os delegados na proporção do número de eleitores. Ele precisa bater Hillary em estados importantes.
Neste caso, que no momento parece bastante provável, Obama consolidará sua vitória. Para quem viu os discursos de hoje, Hillary falou como uma derrotada. Tentou arregimentar suas tropas para a batalha final, mas o ambiente era de desânimo.
Obama fala num movimento que vai mudar os EUA, não numa campanha eleitoral, "um movimento que vai chegar a Washington e mudar este país".
Um economista calculou em US$ 800 bilhões adicionais o custo total dos programas que Obama anuncia. É comparado com John Kennedy e Ronald Reagan, dois heróis de seus partidos. Representa o sonho, a volta da utopia, ainda que seja uma utopia muito bem-comportada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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