O primeiro-ministro interino Ehud Olmert fechou um acordo com o partido ultra-ortodoxo Shas, conseguindo maioria na Knesset (Parlamento) para governar Israel.
Olmert lidera o partido Kadima (Avante), fundado no final do ano passado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, que está em coma profundo desde 4 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral. O Kadima venceu as eleições de 28 de março mas conquistou apenas 29 das 120 cadeiras da Knesset.
Depois de fazer um acordo com o Partido Trabalhista, que elegeu 19 deputados, e com o Partido dos Pensionistas, que têm sete, terá a partir de agora o apoio dos 12 deputados do Shas. Assim, a coligação de governo terá 67 deputados.
O Shas terá três ministérios. Olmert prometeu aumentar o auxílio-criança, importante para os eleitores do Shas, que são predominantemente da classe operária. Mas pode resistir à retirada unilateral de territórios árabes ocupados por Israel.
A principal meta de Olmert é seguir a estratégia de Sharon de definir de uma vez por todas as fronteiras do Estado de Israel. Diante da vitória do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que prega a luta armada e não reconhece Israel, nas eleições palestinas de 25 de janeiro, o novo primeiro-ministro acredita que não tem um parceiro confiável do lado palestino. Pretende resolver a questão até 2010 com uma retirada unilateral de parte da Cisjordânia, onde acaba de ordenar a aceleração das obras de construção do muro criado por Sharon para separar judeus e palestinos.
Os árabes e a maioria da sociedade internacional são céticos em relação a qualquer ação unilateral.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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