sábado, 6 de maio de 2006

Bush demite diretor da CIA e nomeia general

O presidente George Walker Bush demitiu ontem o diretor-geral da Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de contra-espionagem dos Estados Unidos, Porter Goss, e deve indicar para o cargo o general Michael Hayden. Para The New York Times, o jornal mais influente dos EUA, a indicação deve realimentar o debate sobre a erosão dos direitos civis desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

Como diretor até o ano passado da Agência de Segurança Nacional, criada para aglutinar todos os serviços secretos, Hayden foi diretamente responsável pela espionagem interna, violação de correspondência eletrônica e escuta telefônica de milhares de supostos suspeitos de terrorismo. Foi publicamente o maior defensor do programa. É muito ligado ao diretor de Inteligência Nacional, John Negroponte, que foi embaixador americano na América Central nos anos 80 e no Iraque depois da queda de Saddam Hussein.

Goss teve seu cargo esvaziado no ano passado, quando Negroponte tornou-se o principal assessor presidencial para questões de espionagem. Saiu depois de uma disputa de poder com Negroponte e divergências quanto ao futuro da CIA.

O New York Times comentou que sua saída indica que Goss nunca foi o nome ideal para o cargo. Para o jornal The Washington Post, seu período de um ano e meio como diretor da CIA foi turbulento, marcado pela saída de grandes talentos da agência e pela insatisfação da Casa Branca com sua atuação em tempo de guerra.

Já o jornal espanhol El País vê na mudança um agravamento da crise da CIA, acusada de não prevenir os atentados de 11 de setembro e de fracassar na coleta de informações sobre o Iraque, sobretudo na questão das supostas armas de destruição em massa de Saddam Hussein.

3 comentários:

Anônimo disse...

ENTREVISTA COM FHC DOMINGO 23:30 NO CANAL LIVRE.
"É-DC-ASSISTIR"?

CFagundes disse...

Como acabou o caso Libby?

Nelson Franco Jobim disse...

O processo sobre o vazamento do nome de uma agente da CIA pela Casa Branca, em retaliação contra seu marido, que fizera um relatório negando que o Iraque tenha tentado comprar urânio no Níger, continua. Karl Rove, o marqueteiro de Bush, também deve ser denunciado.