segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Maioria da UE reconhece Guaidó como presidente da Venezuela

Dezesseis países da União Europeia - Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Holanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido, República Tcheca e Suécia - reconheceram hoje o presidente da Assembleia Nacional, deputado Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela depois que o ditador Nicolás Maduro se negou a convocar uma nova eleição presidencial.

Maduro está cada vez mais isolado. Os Estados Unidos, o Canadá e 12 países latino-americanos, inclusive o Brasil, também reconheceram Guaidó. O ditador só tem o apoio da China, da Rússia, da Turquia, da Bolívia, de Cuba, da Nicarágua e de El Salvador, onde a esquerdista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) acaba de sofrer uma derrota fragorosa na eleição presidencial.

O presidente interino deu entrevista a um jornal da China, onde toda a imprensa é controlada pelo Partido Comunista. É um sinal de que o maior credor da Venezuela pode retirar o apoio a Maduro em troca do cumprimento pelo futuro governo dos contratos firmados pelo regime chavista, estimados em US$ 30 bilhões.

A base de sustentação de Maduro, as Forças Armadas da Venezuela, permanece firme, apesar dos apelos da oposição e de outros países. Sem uma divisão interna, o regime não cai.

Em Madri, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, comentou que Guiadó tem uma tarefa clara a cumprir: convocar uma eleição presidencial livre e democrática. O ministro do Exterior britânico, Jeremy Hunt, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reforçaram esta ideia, a proposta central da Europa.

"Os venezuelanos têm o direito de se expressar livre e democraticamente. A França reconhece Guaidó como presidente interino para implementar um processo eleitoral", escreveu Macron no Twitter.

Durante viagem ao Japão, a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, declarou que Guaidó é o "presidente interino legítimo da Venezuela". A ministra do Exterior da Suécia, Margot Wallstrom, justificou a decisão alegando que a reeleição da Maduro não foi "uma eleição livre e justa".

"Não aceitamos ultimato de ninguém", reagiu Maduro, apegando-se à ameaça de intervenção militar dos EUA para reduzir tudo a uma conspiração americana: "Os EUA querem voltar ao século 20 de golpes militares, governos fantoches e saques de recursos."

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