terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Buhari é reeleito presidente da Nigéria

Depois do adiamento por uma semana e de confrontos que deixaram pelo menos 39 mortos, Muhammadu Buhari foi reeleito hoje presidente da Nigéria para um segundo mandato de quatro anos. A oposição denuncia fraude.

Pelos resultados oficiais, Buhari, de 77 anos, do Congresso de Todos os Progressistas (APC) teve 56% dos votos, contra 41% para o ex-vice-presidente Atiku Abubakar, de 72 anos, do Partido Democrático Popular (PDP), que está pedindo novas eleições em quatro dos 36 estados nigerianos.

Durante a votação, no sábado, 128 pessoas foram presas sob suspeita de crimes eleitorais como tentativa de roubar a urna, compra de votos e identidade falsa. O adiamento por uma semana prejudicou o comparecimento às urnas.

Só 33% dos 84 milhões de eleitores inscritos votaram. Um país com 90 milhões de jovens não se empolgou com uma eleição disputada por dois septuagenários. A abstenção foi maior na região de Biafra, onde só 18% participaram.

Em Lagos, a maior cidade nigeriana, só 20% dos eleitores inscritos votaram. No estado de Borno, onde o grupo terrorista Boko Haram é mais ativo, Buhari teve 90% dos votos.

O presidente reeleito é um general da reserva. Em 1984 e 1985, foi ditador. Esta foi a sexta eleição consecutiva desde a redemocratização da Nigéria, em 1999. Seu primeiro governo democrático foi afetado pela queda nos preços internacionais do petróleo.

A Nigéria é o país mais rico, mais populoso e o maior produtor de petróleo da África, mas cerca de 25% da força de trabalho está desempregada e a metade da população, que neste ano deve chegar a 200 milhões de habitantes, sobrevive com menos de US$ 2 por dia.

Uma das promessas do primeiro governo era derrotar a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental. Desde 2009, quando aderiu à luta armada, o grupo deflagrou uma guerra civil em que pelo menos 31 mil pessoas foram mortas.

No auge da revolta muçulmana no Nordeste do país, foram mais de 11,5 mil mortes. Houve avanços, mas a violência voltou a aumentar em 2018, com cerca de 2,7 mil mortes.

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