sábado, 2 de fevereiro de 2019

General-brigadeiro retira apoio a Maduro na Venezuela

Em mensagem de vídeo divulgada na Internet, o general-brigadeiro Francisco Estéban Yánez Rodríguez, da Força Aérea da Venezuela, descreveu Nicolás Maduro como ditador e anunciou apoio ao presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país em 23 de janeiro. 

Francisco Yánez é general de divisão e diretor de planejamento estratégico do Alto Comando da Aviação. O brigadeiro afirmou que 90% das Forças Armadas são contra a ditadura, incitou outros militares a segui-lo e convocou a população a participar das manifestações de hoje contra Maduro.

O apoio militar é fundamental à sustenção do regime chavista diante do colapso da economia venezuelana. Um dia depois do juramento público de Guaidó como presidente interino, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, e os comandantes de todas as regiões militares do país deram apoio a Maduro como "presidente legítimo".

A reeleição antecipada de Maduro, em 22 de maio de 2018, foi vista como fraudulenta pela maior parte do mundo e seu segundo mandato, iniciado em 10 de janeiro deste ano, considerado ilegítimo pelos Estados Unidos, o Canadá e a maior parte dos países latino-americanos do Grupo de Lima, entre eles o Brasil, a Argentina, o Chile, a Colômbia, o Paraguai e o Peru.

Ao se declarar presidente, Guaidó alegou que a Presidência da Venezuela está vaga por causa da ilegitimidade do mandato de Maduro.

O Parlamento Europeu reconheceu Guaidó e a Alemanha, a Espanha, a França e o Reino Unido deram prazo até amanhã para Maduro convocar novas eleições presidenciais. Caso contrário, prometem reconhecer o governo Guaidó.

Até agora, Maduro só aceitou convocar eleições parlamentares antecipadas. As eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015 foram as últimas eleições democráticas na Venezuela. Como a oposição elegeu dois terços da Assembleia Nacional, o que permitiria alterar a Constituição, o governo Maduro recorreu ao Tribunal Supremo de Justiça, que impugnou os mandatos de cinco deputados.

Sem apoio para governar, em 2017, Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte eleita com um sistema sob medida para garantir a vitória, tornando a Venezuela numa ditadura. A Constituinte manipulada pelo ditador passou a ser o principal órgão do governo e antecipou a eleição presidencial fraudulenta do ano passado.

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