Sob pressão das sanções e de um cerco diplomático do governo Donald Trump, a República Islâmica do Irã busca o apoio da China. O ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif, se encontrou ontem em Beijim com o colega chinês, Wang Yi, que agradeceu os esforços para aumentar a "confiança estratégica" entre os dois países.
É uma missão de alto nível. Também fazem parte da delegação do Irã o presidente do Majlis (Parlamento), Ari Larijani, os ministros das Finanças e do Petróleo, e o presidente do Banco Central.
Para Teerã, é muito importante manter as relações comerciais com a China, a maior importadora de petróleo iraniano no ano passado.
O regime comunista chinês tradicionalmente é contra sanções que não sejam impostas através de um consenso internacional. Antes do acordo negociado em 2015 para congelar o programa nuclear militar do Irã, apoiava as sanções adotadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas Trump abandonou o acordo com maio de 2018.
Assim, as empresas chinesas temem as possíveis retaliações dos EUA, como restrições de acesso ao mercado americano e a proibição de operar em dólares. O governo americano está processando a companhia chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei sob a acusação de violar as sanções ao Irã.
Em novembro do ano passado, os EUA isentaram das sanções importações de petróleo iraniano pela China até o limite de 360 mil barris por dia, cerca da metade do que os chineses compravam antes do governo Trump reimpor as sanções.
A viagem deve servir para os dois países negociarem meios de permitir à China pagar as importações de produtos iranianos, mas há um sério risco de retaliações dos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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