O presidente Donald Trump anunciou hoje que não vai aumentar as tarifas de importação de produtos da China em 1º de março, dando mais tempo às negociações, por causa de um "progresso substancial" em "conversas produtivas". Trump planeja se encontrar com o ditador chinês, Xi Jinping, no seu clube de golfo em Mar-a-Lago para "concluir as negociações".
A declaração foi feita no fim de uma nova rodada de negociações entre o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer e o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, realizada no fim de semana em Washington. Trump não fixou um novo prazo-limite para chegar a um acordo.
Depois de uma escalada na guerra comercial que levou o governo americano a impor tarifas sobre US$ 250 bilhões de produtos chineses importados num ano, Trump e Xi acertaram uma trégua de 90 dias num jantar em Buenos Aires, durante uma conferência de cúpula do Grupo dos 20, em Buenos Aires, em 30 de novembro.
Trump havia ameaçado aumentar de 10% para 25% as tarifas de importação sobre US$ 200 bilhões de importações anuais da China. Além da redução do déficit comercial de US$ 375 bilhões em 2016, os EUA exigem da China reduções de subsídios, o fim da espionagem, da pirataria industrial e da pressão para transferência de tecnologia, com respeito à propriedade intelectual, e menos restrições aos investimentos de empresas americanas.
A expectativa é que a China aumente as importações de produtos americanos e fortaleça o respeito à propriedade intelectual, o que interessa aos chineses, hoje os maiores fabricantes do mundo de produtos industriais. Nas outras questões, que mudariam o modelo econômico chinês, deve haver resistência.
Horas depois, as bolsas de valores da Ásia abriram em alta, na expectativa de um acordo que acabe com o risco de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta. Seria um forte abalo da economia internacional.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário