Diante do temor de perder parte de seu mercado com a saída do Reino Unido da União Europeia, marcada para 29 de março, as empresas britânicos aumentaram seus investimentos no exterior, aplicando na Europa US$ 10,7 bilhões que seriam destinados ao país, concluiu o estudo Votando com seu Dinheiro: Brexit e o investimento externo de empresas do RU, do Centro de Performance Econômica da London School of Economics (LSE).
Ao mesmo tempo, as companhias europeias cortaram investimentos diretos no Reino Unido estimados em mais de US$ 13 bilhões.
De acordo com a pesquisa, a Brexit (saída britânica) levou a um aumento de 12% nos investimentos externos diretos de empresas britânicas na UE. Este dinheiro seria aplicado no país, se o Reino Unido tivesse pleno acesso ao mercado europeu. Não houve crescimento nas inversões foram da UE.
Por outro lado, os novos investimentos de empresas do continente no Reino Unido caíram 11%. As perdas serão muito maiores caso a saída da UE ocorra sem acordo.
Os autores do relatório acreditam que as empresas britânicas estão aumentando a produção no exterior na expectativa de que o Reino Unido vai aumentar as barreiras ao comércio e à imigração, tornando-se "um lugar menos atraente para fazer negócios".
Na semana passada, a economista Rain Newton Smith, da Confederação da Indústria Britânica, observou que a ameaça de uma saída em acordo está "esfriando o investimento e estrangulando o crescimento".
"Sem acordo", acrescentou, "as empresas internacionais terão grandes questões que só poderão ser evitadas, na maioria dos casos, levando empregos e investimentos do Reino Unido para a Europa."
Na segunda-feira, noticiou o jornal The Guardian, o Escritório Nacional de Estatísticas revelou que o país cresceu 1,4% em 2018, em contraste com 1,8% em 2017, já sob o impacto da saída da UE, aprovada em plebiscito em 23 de junho de 2016. A pior notícia foi uma contração de 0,4% em dezembro do ano passado.
"O risco econômico da Brexit é maior no Reino Unido do que do outro lado do canal. As empresas britânicas sentem-se compelidas a investir mais na UE, mas o mesmo não acontece no outro sentido", comentou Dennis Novy, um dos autores do relatório da pesquisa da LSE.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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