A China iniciou contatos diplomáticos com o governo paralelo da oposição na Venezuela, liderado pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, revelou ontem o jornal americano The Wall Street Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova York.
O objetivo chinês é garantir o pagamento de dívidas de US$ 20 bilhões a serem saldadas com carregamentos de petróleo. Aliada do ditador Nicolás Maduro, a China negou qualquer contato.
Se as negociações foram confirmadas, será um sinal de um início da reestruturação da dívida externa da Venezuela, estimada em US$ 100 bilhões pelo canal de televisão americano especializado em noticiário econômico CNBC, ligado ao Journal.
Será também um reconhecimento indireto do governo Guaidó, considerado o governo legítimo da Venezuela pelos Estados Unidos, a maioria dos governos da América Latina, inclusive o Brasil, e 16 dos 28 países da União Europeia.
A China e a Rússia emprestaram dezenas de bilhões de dólares ao governo Maduro, no caso chinês para aumentar a produção de petróleo e permitir à Venezuela importar produtos fabricados na China. O governo Maduro atrasou os pagamentos e o virtual colapso da economia venezuelana reduziu a produção de petróleo do país a um terço do pico.
Quando a crise política for resolvida e a Venezuela tiver um novo governo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que o país vá precisar de empréstimos de US$ 30 bilhões por ano durante dez anos. O produto interno bruto caiu à metade nos últimos cinco anos e o desabastecimento é generalizado. A inflação chegou a 1.300.000% em 2018 e pode chegar a 10.000.000% neste ano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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