domingo, 7 de janeiro de 2018

Abbas vai pedir à UE o reconhecimento da independência da Palestina

Em resposta ao reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel pelos Estados Unidos do presidente Donald Trump, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, vai pedir ao Conselho de Ministros do Exterior da União Europeia (UE) que tomem medidas para que seus governos reconheçam a independência da Palestina, nos territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, ocupados por Israel na guerra de 1967, com capital no Leste de Jerusalém.

As fronteiras seriam as anteriores à Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, quando a Cisjordânia pertencia à Jordânia e a Faixa de Gaza ao Egito. O único território árabe ocupado totalmente devolvido foi a Península do Sinai, com base no acordo de paz assinado entre Israel  o Egito em Camp David, nos EUA, em 1979.

"Trump e sua equipe trabalham com os israelenses para enterrar a solução baseada em dois Estados e, se a Europa ainda quer esta solução, terá de passar das palavras à ação. E a ação mais importante
é reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital no Leste de Jerusalém", declarou um assessor de Abbas ao jornal liberal israelense Haaretz, sem se identificar.

Abbas vai participar da reunião de 22 de janeiro do Conselho de Ministros da UE. No sábado, os ministros do Exterior de seis países árabes se encontraram em Amã, a capital da Jordânia, para discutir a implementação das propostas da Liga Árabe em resposta à decisão americana.
  
"Vamos confrontar a decisão propondo uma resolução internacional que reconhece um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém", declarou o chanceler da Jordânia, Ayman Safadi.

A Fatah (Luta), o partido político de Abbas, dominante na Organização para a Libertação da Palestina, convocou a população a não parar os protestos populares contra a decisão de Trump.

Em retaliação, o presidente ameaça cortar toda ajuda econômica dos EUA à ANP, o que aumentaria a situação já miserável da maioria dos palestinos.

2 comentários:

Carmen Licia Palazzo disse...

É assustador como um irresponsável como o Trump tem condições de criar um problema imenso em uma região já repleta de problemas. Foi um grande erro que o Abbas não tenha sido fortalecido desde cedo pelas lideranças ocidentais. Teriam evitado o agravamento do conflito e o crescimento do radicalismo. É tão evidente que Israel está fazendo de tudo contra a viabilidade dos dois estados. Esta solução será ainda possível? O que você acha? Eu custo a crer que ainda exista a chance da criação de um estado palestino, embora, evidentemente, me pareça a única solução justa.

Nelson Franco Jobim disse...

Desde início do processo de paz, o Likud aposta numa política de tornar a ocupação em fato consumado. Usa as negociações para ganhar tempo. Ariel Sharon, que não pode ser acusado de trair Israel, saiu do Likud para tentar negociar a paz, mas capotou antes.