Com base em documentos supostamente apreendidos no acampamento do subcomandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes, morto sábado no Equador por um ataque colombiano, o presidente Álvaro Uribe anunciou ontem que vai denunciar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao Tribunal Penal Internacional por "patrocinar e financiar o genocídio".
A acusação é furada porque não se trata de genocídio, que é a tentativa de eliminar um povo inteiro. Mas alimenta a tensão no Norte da América do Sul.
De qualquer maneira, se ficar realmente provado que Chávez deu US$ 300 milhões a um grupo terrorista como as FARC inegavelmente são, a denúncia terá peso, ainda que não se trate de um genocídio.
Reyes era o principal negociador da guerrilha colombiana, o que explica em parte a irritação do caudilho venezualeno, que estava tirando partido político de sua mediação na libertação dos reféns seqüestrados pelas FARC depois de perder um plebiscito constitucional e enfrentar uma séria crise interna de desabastecimento.
Na terça-feira, 4 de março, as FARC declararam que Chávez estava negociando um encontro entre Reyes e o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Eles discutiriam a libertação da ex-senadora e ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, que tem dupla nacionalidade, é franco-colombiana.
Ao contrário de Chávez e do presidente do Equador, Rafael Correa, Uribe não está mandando tropas para a fronteira porque não quer conflitos com os países vizinhos, apenas combater um grupo terrorista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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