O senador negro Barack Obama manteve o momento favorável à sua campanha na disputa pela candidatura do Partido Democrata à eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos. Ganhou as eleições primárias nos estados de Washington, Lousiana e Nebraska.
As vitórias foram expressivas. Obama teve 68% dos votos em Washington e Nebraska, enquanto Hillary recebia 31% no primeiro e 32% no segundo. Na Louisiana, apurados 92% dos votos, o senador por Illinois leva uma vantagem de 56% a 37% sobre a ex-primeira-dama.
Neste momento, em Richmond, na Virgínia, onde haverá prévias na terça-feira, Obama agradece e mobiliza seus entusiásticos seguidores aos gritos de "Sim, nós podemos!"
Obama critica sua rival, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, de uma maneira indireta. Diz que é hora de "para de jogar o mesmo jogo de Washington, com as mesmas figuras, e pensar que se pode obter um resultado diferente. É hora de virar a página. O povo quer escrever um novo capítulo da História dos Estados Unidos", declarou, associando tanto Hillary quanto o candidato republicano, senador John McCain, à burocracia da capital dos EUA.
Um dos mitos desta campanha, observa a revista alemã Der Spiegel, é a demonização de Washington, como se todos os candidatos dos grandes partidos não pertencessem a suas máquinas burocráticas. Outro é a mudança. Qual o conteúdo dessas mudanças. Obama é vago, não fala em políticas específicas.
O senador por Illinois acaba de dizer que é amigo de Hillary Clinton e que vai continuar sendo, e de elogiar McCain, "um verdadeiro herói americano", que ficou quase seis anos preso no Vietnã.
Mas, nesta campanha, prosseguiu Obama, "ele erra decisivamente ao apoiar as políticas falidas de George Bush no Iraque e de cortes de impostos".
Em outra cutucada em Hillary, Obama afirmou que não botou dinheiro do seu bolso porque "estou sendo financiado por vocês, o povo americano". Hillary admitiu usar US$ 5 milhões do seu próprio bolso.
Ele também promete cobertura universal de saúde, uma das bandeiras de Hillary, e reduções do imposto de renda pago pelos pobres e a classe média, uma espécie de seguro contra os inevitáveis ataques do Partido Republicano, que vai acusar os democratas de querer aumentar impostos.
Agora, Obama está prometendo "uma educação melhor para todos os americanos", com aumento de salário dos professores e uma educação ampla, que inclua arte, música e "tudo aquilo a que um ser humano tem direito".
"Temos de virar a página de uma política externa que nos deixou menos seguros e menos respeitados no mundo." Prometeu negociar com os inimigos e acabar com a guerra no Iraque, e encerrar "a política do medo que usa os atentados de 11 de setembro para assustar como maneira de ganhar votos e não de nos unir contra um inimigo comum".
O momento é de Obama, embora ninguém ganhe uma eleição com nove meses de antecedência.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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