O presidente George W. Bush nomeou hoje o diretor-presidente do banco de investimentos Goldman Sachs, Henry Paulson jr., para secretário do Tesouro dos Estados Unidos, em substituição a John Snow.
Paulson "tem uma vida inteira de experiência empresarial", declarou Bush ao fazer o anúncio, no Jardim de Rosas da Casa Branca. "Ele tem um conhecimento íntimo dos mercados financeiros e uma habilidade para explicar questões econômicas numa linguagem clara."
Neste sentido, Bush segue o exemplo de seu antecessor Bill Clinton, que em 1995 escolheu Robert Rubin, com grande experiência em Wall Street, para substituir Lloyd Bentsen. Rubin teve um papel decisivo para acalmar os mercados durantes as crises da Ásia e da Rússia.
Paulson afirmou que "a economia americana é verdadeiramente maravilhosa" mas advertiu que não pode se acomodar. "Temos de tomar medidas para manter nossa vantagem competitiva no mundo."
Ele deve ser confirmado pelo Senado sem problemas. Assume o cargo num momento em que a maior economia do mundo apresenta sinais positivos mas suscita dúvidas por causa do efeito inflacionário dos preços do petróleo, pressionados pela guerra no Iraque, a crise em torno do programa nuclear do Irã e riscos políticos em outros grandes exportadores.
Os ex-secretários do Tesouro de Bush, Paul O'Neill e Snow, têm grande experiência como empresários mas pouca em Wall Street, o centro financeiro de Nova Iorque.
É a sétima mudança recente no governo Bush, que luta contra uma impopularidade crescente devida sobretudo à guerra do Iraque e ao aumento do preço da gasolina.
O presidente trocou Porter Goss pelo brigadeiro Michael Hayden como diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência) e Andrew Card por Joshua Bolton na chefia da Casa Civil. Rob Portman saiu do cargo de representante comercial dos EUA, uma espécie de ministro do Comércio Exterior. Foi para o lugar de Bolton como diretor de orçamento, sendo substituído por Susan Schwab.
Scott McClellan deixou de ser o principal porta-voz da Casa Branca, função exercida agora por John Snow. E Karl Rove, considerado o principal marqueteiro de Bush, continua como subchefe da Casa Civil mas agora se dedica à política eleitoral, passando a subchefia para políticas para Joel Kaplan.
Paulson, de 60 anos, formou-se em literatura inglesa na Universidade de Dartmouth em 1968. Trabalhou no governo Richard Nixon (1969-74) e estava há 32 anos no banco Goldman Sachs.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Nelson
O Iraque está um caos e George Bush vai mandar mais 3500 soldados para atacarem inocentes para aumentar ainda mais a carnificina que os EUA vem promovendo naquele país. Porque não ataca o Irã e a Coréia do norte? Sabe porque? Pois eles tem como se defender, senão já teriam sido bombardeados.
Um abraço
Marco Aurélio
Há outros problemas políticos que impedem o bombardeio à Coréia do Norte e o Irã é muito mais poderoso do que o Iraque, mas não está livre de um bombardeio americano ou israelense.
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