quinta-feira, 11 de maio de 2006

Alan García abre 22 pontos de vantagem sobre o chavista Ollanta Humala no Peru

O ex-presidente Alan García aumentou sua vantagem sobre o candidato ultranacionalista Ollanta Humala nas pesquisas sobre o segundo turno da eleição presidencial no Peru, a ser realizado em 4 de junho.

Em pesquisa do instituto CPI, García, do Partido Aprista (de Apra, Aliança Popular Revolucionária Peruana), tem 61,4% das preferências contra 38,6% de Humala, apoiado pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. Estes números excluem os que pretendem votar branco ou nulo (13,7%) e os indecisos (10,3%).

"No momento, García tem mais possibilidades", comentou o diretor da CPI, Manuel Saavedra. "Mas com um eleitorado como o peruano, sujeito a mudanças de última hora, e com mais de 10% de indecisos, a eleição ainda não está definida".

As pesquisas anteriores davam 15 e 16 pontos percentuais de vantagem para García. O ex-presidente fez um governo ruinoso de 1985 a 1990, deixando uma hiperinflação de 7.000% ao ano, 80% de desempregados e subempregados, e guerras civis contra os grupos guerrilheiros Sendero Luminoso e Tupac Amaru, abrindo caminho para a ascensão de Alberto Fujimori, que deu um golpe em 1992, fechando o Congresso e intervindo no Judiciário.

Agora, García foi beneficiado pelas acusações de Chávez, que interferiu abertamente na campanha eleitoral peruana chamando García de corrupto e ladrão, e pedindo votos para Humala, que como o caudilho venezuelano é um ex-oficial golpista. Em 2000, liderou uma rebelião militar contra Fujimori. Por isso, Humala teve um pedido de vista para os Estados Unidos negado no ano passado.

Uma pesquisa da Universidade de Lima indica que 75% dos peruanos rejeitam a interferência do presidente venezuelano, que apoiou a estatização do petróleo e do gás na Bolívia, com sérios prejuízos para a Petrobrás e outras empresas estrangeiras.

Um comentário:

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