Apesar das promessas da unidade na convenção nacional, o Partido Republicano está em guerra aberta em torno da candidatura do problemático e instável bilionário Donald Trump. O magnata imobiliário não está apoiando o presidente da Câmara, deputado Paul Ryan, nem o senador John McCain, ex-candidato à Casa Branca, nas eleições primárias do partido para a Câmara e o Senado.
Quando Trump atingiu o número necessário de delegados para garantir a candidatura à Presidência dos Estados Unidos, Ryan relutou em apoiá-lo. No primeiro momento, declarou que ainda não estava pronto.
Depois de se reunir com Trump, Ryan endossou o candidato oficial do partido como única alternativa para derrotar a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, do Partido Democrata. Em seu discurso na convenção, apoiou Trump, mas se concentrou mais na defesa dos valores conservadores do Partido Republicano, nem sempre respeitados pelo candidato.
Mesquinho e vingativo, Trump pagou com a mesma moeda. Elogiou Paul Nehlen por "uma excelente campanha" e questionou Ryan: "Gosto de Paul, mas este é um momento terrível para nosso país. Precisamos de uma liderança muito forte. Precisamos de uma liderança muito, muito forte. Ainda não estou pronto."
O candidato briga com a cúpula republicana no momento em que o presidente Barack Obama o declarou "inapto"e "totalmente despreparado" para governar os EUA depois do bate-boca com a família muçulmana do capitão americano Humayun Khan, morto no Iraque.
John McCain ficou indignado. Veterano de guerra, ele ficou mais de cinco anos preso no Vietnã. É considerado um herói de guerra. Durante as eleições primárias para presidente, no debate com outros pré-candidatos, Trump questionou o heroísmo de McCain.
Na segunda-feira, McCain divulgou uma longa declaração denunciando os comentários de Trump sobre a família Khan como totalmente inadequados.
Em seu estilo de sempre atacar, nunca recuar nem se retratar ou pedir desculpas, o bilionário contra-atacou: "Nunca estive com John McCain porque sempre achei que ele deveria ter feito um trabalho muito melhor pelos veteranos. Ele não faz um bom trabalho pelos veteranos e sempre achei que deveria fazer. Então, sempre tive dificuldade com John por esta razão, nossos veteranos não estão sendo tratados adequadamente. Não estão sendo tratados com justiça."
McCain disputa em 30 de agosto uma eleição primária com a ex-senadora estadual Kelli Ward e a ativista do movimento radical de direita Festa do Chá Clair Van Steenwyk.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Trump não apoia Paul Ryan e John McCain
Marcadores:
Câmara,
Casa Branca 2016,
Donald Trump,
Eleição presidencial,
EUA,
Humayun Khan,
John McCain,
Partido Republicano,
Paul Ryan,
Senado,
veteranos de guerra
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário