O regime comunista da China nomeou hoje um novo chefe do partido para governar a região supostamente autônoma do Tibete, onde Beijim enfrenta uma reação nacionalista liderada pelo budismo tibetano, informou a agência Reuters.
Losang Gyaltsen, tibetano, de 55 anos, foi prefeito de Lhassa, a capital tibetana, e professor de teoria marxista. Na hierarquia do PC no Tibete, só fica atrás do primeiro-secretário, Chen Quanguo, chinês da etnia hã amplamente majoritária na China.
O novo governador prometeu um "combate resoluto" ao movimento pela autonomia do Tibete liderado pelo Dalai Lama, líder político e espiritual do nacionalismo tibetano.
O PC chinês também indicou novos dirigentes regionais para as províncias de Hunã e Yunã. Esta última faz fronteira com o Laos, Mianmar e o Vietnã.
Uma das regiões mais sensíveis politicamente da China, o Tibete é alvo de uma política de assimilação cultural pelo regime comunista e a minoria étnica, hã, que representa 93% da população chinesa.
Desde a expansão mongol sob Gêngis Khan, no século 13, o Tibete era uma província do Império Chinês. Com a queda de monarquia em 1911, o Tibete se tornou independente. Quando os comunistas tomaram o poder, em 1949, decidiram reconquistar as regiões que historicamente foram parte do Império Chinês.
Em 1951, os comunistas tomaram o poder no Tibete. Uma revolução frustrada em 1959 levou a um aumento da repressão. Sua Santidade e Sua Majestade, o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, fugiu para o exílio na Índia.
A integridade territorial é uma das obsessões do regime comunista chinês, que ameaça invadir Taiwan se a ilha rebelde declarar a independência e usa cada vez mais a força para impor suas ambições no Mar do Sul da China.
A região autônoma do Tibete tem 1,228 milhão de quilômetros quadrados. Já o chamado Grande Tibete, a área de influência étnica e cultural do budismo tibetano inclui também as províncias, Chinghai, Gansu, Sichuã e Yunã. Tem 2,5 milhões de km2, 26% do território chinês, de 9,6 milhões km2.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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