É uma escalada na guerra na Líbia contra a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Os Estados Unidos bombardearam as posições do grupo na cidade de Sirte, a terra natal do falecido ditador Muamar Kadafi, anunciou ontem em Washington o Departamento da Defesa.
A Força Aérea dos EUA havia atacado militantes do Estado Islâmico, mas não as principais posições militares ocupadas pela milícia jihadista. Em novembro de 2015, bombardeou uma reunião de líderes do grupo. Em fevereiro de 2016, foi a vez de um campo de treinamento em Sábrata.
Desta vez, o bombardeio foi pedido pelo Governo do Acordo Nacional, o governo reconhecido internacionalmente da Líbia, que vive em estado de anarquia desde a queda de Kadafi há cinco anos, com diversas milícias disputando o poder.
Há três meses, milícias leais ao governo líbio reconhecido internacionalmente, principalmente da cidade de Missurata, combatem o Estado Islâmico em Sirte. A Força Aérea dos EUA pode fazer a diferença.
Apesar de controlar Sirte desde fevereiro de 2015, a posição do Estado Islâmico na Líbia é frágil. O grupo tem cerca de 5 mil homens armados no país, mas muitos seriam voluntários sem treinamento militar. Há notícias sobre execuções de desertores e jihadistas tirando a barba para fugir e desaparecer em meio à população civil.
Os EUA estão trocando informações com o governo do primeiro-ministro Fayez al-Sarraj e outras forças que lutam contra o Estado Islâmico na Líbia. A milícia de Missurata, que está na linha de frente na guerra contra o Estado Islâmico, recebeu treinamento militar.
É possível e até provável que o Estado Islâmico perca sua base em Sirte. O maior problema é que a Líbia está longe de ter um governo estável. O Governo do Acordo Nacional controla a capital, Trípoli, e o Oeste do país, mas não o Leste.
Em 20 de julho, três soldados de forças de operações especiais da França morreram na queda de um helicóptero de forças do general Khalifa Hifter, que combate milícias jihadistas em Bengázi, a segunda maior cidade líbia, que fica no Leste. O governo francês escondia seu envolvimento na guerra civil líbia.
Cinco anos depois da queda de Kadafi, a Líbia ainda está em anarquia e guerra civil. Fala-se até na volta de seu filho Seif al-Islam Kadafi, que teria o apoio de algumas tribos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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