O salto da ex-secretária de Estado Hillary Clinton depois de ser indicada candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos se sustenta. De acordo com os modelos estatísticos do matemático Nate Silver, ela tem de 76% a 83% de chance de ganhar a eleição de 8 de novembro.
Pelo modelo que só leva em conta pesquisas de opinião, a probabilidade de Hillary bater o magnata imobiliário Donald Trump chega a impressionantes 83%. Outro modelo matemático, que combina pesquisas e um índice econômico, dá 76% de chance à candidata democrata. É a maior vantagem desde que os cálculos começaram a ser feitos, em junho.
Na média das pesquisas nacionais, Hillary tem hoje uma vantagem de sete pontos percentuais sobre Trump. Uma nova pesquisa da televisão ABC News e do jornal The Washington Post divulgada no domingo passado deu uma vantagem de oito pontos percentuais entre os eleitores inscritos para votar, quatro pontos a mais do que antes das convenções nacionais para oficializar as candidaturas.
Em pesquisas estaduais, Hillary tem 12 pontos de vantagem no estado da Virgínia e 11 pontos em Michigan, estados-chaves para a vitória no Colégio Eleitoral, onde o vencedor no voto popular ganha os votos de todos os delegados de cada estado.
Cauteloso, Silver considera importante esperar mais algumas semanas para ver se o impulso que a convenção deu a Clinton vai se manter. Pelos dados atuais, ele espera uma vitória democrata em novembro por quatro a sete pontos percentuais.
Como a candidatura de Trump não tem precedentes, o matemático observa que a história pode não ser referência.
Ontem, 50 especialistas em segurança nacional do Partido Republicano repudiaram as propostas políticas de Trump, que lançou uma plataforma econômica combinando cortes de impostos, protecionismo e renegociação de acordos internacionais.
Hoje, a senadora republicana pelo estado do Maine Susan Collins anunciou em artigo no jornal The Washington Post que não vai votar no candidato do partido: "Donald Trump não reflete os valores republicanos históricos nem a abordagem inclusiva que é crítica para sanar as divisões em nosso país."
Com o partido dividido como nunca, fica difícil a corrida de Trump rumo à Casa Branca. Mas sua base de apoio se mantém. Assim, Silver prevê que ele terá pelo menos 40% do voto popular em 8 de novembro. Isso significa que ainda tem chances de vencer, especialmente porque tudo pode mudar com uma notícia de impacto como um atentado terrorista ou uma piora da situação econômica.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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