A ditadura de Bachar Assad e a milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante usaram armas químicas na guerra civil da Síria, concluiu um inquérito das Nações Unidas e da Organização Internacional para Proscrição de Armas Químicas (OPAQ) a que a Agência France Presse (AFP) e a Reuters tiveram acesso hoje.
Helicópteros do Exército da Síria realizaram dois ataques com armas químicas na província de Idlibe, em Talmenes em 21 de abril de 2014 e em Sarmina em 16 de março de 2015. A milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante usou gás mostarda de enxofre em Marea, na província de Alepo, em 21 de agosto de 2015.
O inquérito examinou nove ataques químicos cometidos em sete regiões da Síria. Em seis casos, os investigadores não conseguiram atribuir responsabilidades. Suas conclusões permitiriam a imposição de sanções internacionais pelo Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia, aliada do regime sírio, tem poder de veto.
Para a embaixadora adjunta dos Estados Unidos na ONU, Michele Sison, "quem utilizou armas químicas na Síria deve prestar contas à Justiça". A declaração teve o apoio da França e do Reino Unido. Esses três países também são membros permanentes com direito de veto no Conselho de Segurança.
Desde o início da guerra civil na Síria, há cinco anos e meio, a Rússia e a China protegem a ditadura de Assad no Conselho de Segurança, vetando resoluções que o condenem sob o pretexto de não dar margem a uma intervenção militar como a que derrubou Muamar Kadafi na Líbia em 2011.
Enquanto a Rússia nega haver provas formais contra o governo Assad, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Ned Price, afirma que "agora é impossível negar que o regime sírio usou de maneira repetida o gás cloro como arma contra seu próprio povo".
O Conselho de Segurança da ONU debate as conclusões do relatório em 30 de agosto.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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