Horas depois de visitar o México para tentar conquistar parte do eleitorado de origem latino-americana, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump voltou a insistir, num discurso sobre imigração que faz neste momento, na construção de um muro e em mandar a conta para os mexicanos, informa a televisão americana CNN. Ele reafirmou que não vai haver anistia para imigrantes ilegais.
Ao lado de Trump, o presidente Enrique Peña Nieto citou várias acusações feitas aos mexicanos durante a campanha eleitoral americana sem citar o candidato. Em tom humilde, Trump disse ter ido discutir aspectos do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) que considera prejudiciais aos EUA.
Nenhum dos dois tem muito a ganhar com este encontro inesperado. Ao lançar sua pré-candidatura à Casa Branca em junho de 2015, o bilionário acusou os mexicanos de serem imigrantes ilegais, traficantes, ladrões, assassinos e estupradores. Peña Nieto, por sua vez, o comparou aos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini.
De volta aos EUA, Trump retomou o estilo agressivo e rasteiro. No discurso sobre imigração pronunciado hoje à noite em Phoenix, no Arizona, insistiu na construção de um muro na fronteira com o México, a ser pago pelos mexicanos com o saldo comercial que têm com os EUA.
"Vamos construir uma grande muralha na fronteira sul e os mexicanos vão pagar 100% do valor", afirmou o candidato republicano.
A julgar pelo pronunciamento, Trump pretende resolver os problemas dos EUA a partir de segurança na imigração. Sem imigrantes ilegais, entende o magnata imobiliário, a violência na periferia vai diminuir, haveria empregos e os EUA serão grandes de novo.
"Acreditem em mim", disse Trump, repetindo um discurso vago e impreciso, sem detalhes sobre como vai realizar suas promessas, como se a culpa de tudo fosse da imigração ilegal.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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