quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Colômbia a FARC chegam a acordo de paz em Havana

Depois de 52 anos de guerra civil e quatro de negociações de paz, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram hoje a um acordo de paz em Havana, a capital de Cuba, para acabar com o mais longo conflito interno da história recente da América Latina, noticiou o jornal colombiano El Tiempo.

O acordo de paz definitivo deve ser assinado dentro de um mês e ainda depende de aprovação em referendo a ser realizado em 2 de outubro. Mais de 60% dos colombianos apoiam as negociações de paz. A tendência é de aprovação.

Assim que o acordo for referendado, as FARC começam o processo de desmobilização e entrega das armas para se integrar à vida civil como um partido político, informou o jornal colombiano El Espectador. Os guerrilheiros serão concentrados em 23 zonas e oito acampamentos.

O novo partido será reconhecido quando terminar o desarmamento. Terá pelo menos cinco deputados e cinco senadores por dois mandatos. De resto, será obrigado cumprir as normas da legislação colombiana, com a exceção da exigência de obter 3% dos votos em eleições nacionais para a Câmara ou o Senado.

A Colômbia vive em guerra civil desde o assassinato do candidato liberal à Presidência República Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948. Sua morte provocou uma explosão de violência na capital colombiana, o Bogotaço, com mais de 2 mil mortes em 24 horas e o início de uma era trágica conhecida como La Violencia, em que mais de 200 mil pessoas foram mortas.

Naquele período, as oposições liberais e de esquerda foram para a clandestinidade. Parte aderiu à luta armada. As FARC nasceram em 1964 como braço armado do proscrito Partido Comunista Colombiano, de orientação soviética. Chegaram a controlar 15% a 20% do território colombiano.

Pelo menos 220 mil pessoas foram e 90 mil desapareceram na guerra civil deflagrada pelas FARC. Cerca de 6,9 milhões de colombianos fugiram de suas casas.

O governo tenta agora iniciar negociações formais com o segundo maior grupo guerrilheiro da Colômbia, o Exército de Libertação Nacional. Ao anunciar o acordo, os representantes das FARC fizeram um apelo ao ELN para que siga o exemplo.

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