Em proposta orçamentária apresentada hoje ao Parlamento, o primeiro-ministro Shinzo Abe pediu um aumento nos gastos militares pelo quinto ano consecutivo, desta vez de 2,3%, para um total de 5,17 trilhões de ienes (US$ 50,2 bilhões ou R$ 172 bilhões), por causa do crescente poderio militar da China.
O pedido inclui projetos de desenvolvimento de novos mísseis antibalísticos baseados em terra e em submarinos, e a modernização de uma variada gama de sistemas de defesa antimísseis baseados em terra, numa expansão significativa da capacidade de defesa do Japão.
Também há planos para comprar novos submarinos e aviões de caça e colocar mais 1,3 mil soldados nas ilhas de Kagoshima e Okinawa, situadas ao sul das quatro grandes ilhas do arquipélago japonês. Ambas ficam perto das ilhas Senkaku, disputadas com a China, que as chama de Diaoyu.
Diante do crescente poderio militar chinês e das provocações cada vez maiores da Coreia do Norte, nos últimos cinco anos, o Japão não começou só a aumentar o orçamento de defesa.
O primeiro-ministro Abe quer revisar a cláusula pacifista da Constituição imposta pelos EUA em 1947, depois da Segunda Guerra Mundial, pela qual o Japão "renuncia à guerra para sempre", a não ser em defesa própria. Isso proibia o país de enviar soldados ao exterior, a não ser em missões de paz das Nações Unidas.
Em setembro de 2015, o Parlamento aprovou legislação autorizando o envio de forças ao exterior, mas a maioria da população é contra revogar a cláusula pacifista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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Um comentário:
Se com um por cento já era considerado grande, quando se igualar aos orçamentos europeus de quatro por cento, o Japão não terá lugar para guardar tantos armamentos. se expandir não será opção , será obrigação.
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