Um dia depois que a Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela aceitou a primeira coleta de assinaturas para revogar seu mandato, o presidente Nicolás Maduro anunciou ontem à noite uma reforma ministerial. O general Néstor Reverol, denunciado na véspera por tráfico de drogas nos Estados Unidos, será o ministro do Interior e da Justiça.
O único ministro a favor da economia de mercado, Miguel Pérez Abad, foi demitido do Ministério da Indústria e do Comércio depois de declarar que algumas empresas desapropriadas e estatizadas devem ser devolvidas a seus donos. É um sinal de que o programa de reformas econômicas a ser proposto pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul) não terá muita chance.
Mais impressionante foi a nomeação do general Em pronunciamento na televisão, Maduro elogiou Reverol, de 51 anos, e o defendeu da acusação de tráfico de drogas. Dois sobrinhos da primeira-dama e ex-presidente da Assembleia Nacional, Cilia Flores, os narcossobrinhos, estão presos nos EUA, onde foram denunciados por um tribunal federal de Nova York por tráfico de drogas.
"Nomeei o general Néstor Reverol Torres para como ministro do Interior, da Justiça e da Paz" porque ele "quebrou recordes na prisão de traficantes de drogas", justificou Maduro.
De acordo com a denúncia, Reverol recebeu dinheiro de traficantes quando chefe do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela.
Apesar de ter as maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela vive a pior crise econômica de sua história por causa das políticas desastrosas do chamado "socialismo do século 21" do falecido caudilho Hugo Chávez. O produto interno bruto pode cair 18% em dois anos, há desabastecimento de cerca de 80% dos produtos básicos e a inflação deste ano deve chegar a 720%, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário