A Rússia instalou sistemas de mísseis de defesa antimísseis de última geração S-400 na península da Crimeia, uma província da Ucrânia anexada ilegalmente pelo Kremlin em março de 2014, revelou hoje o Ministério da Defesa russo.
A medida realimenta o conflito entre as duas ex-repúblicas mais importantes da extinta União Soviética. Há poucos dias, a Rússia acusou a Ucrânia de realizar operações de sabotagem na Crimeia e prometeu reagir.
Como o sistema de defesa antimísseis tenta neutralizar uma ameaça de natureza diferente, sua instalação provavelmente já estivesse planejada. Os dois países reforçaram suas posições na fronteira comum.
Moscou interveio militarmente na Ucrânia em resposta a uma revolta popular derrubou em fevereiro de 2014 o presidente Viktor Yanukovich. Três meses antes, ele havia suspendido negociações de associação à União Europeia.
O presidente russo, Vladimir Putin, considera o fim da URSS a "maior catástrofe geopolítica do século 20". Desde que chegou ao poder, em 1999, tenta resgatar pelo menos parte do poder imperial soviético. Essa estratégia implica manter as ex-repúblicas soviéticas sob o controle do Kremlin.
A anexação da Crimeia rompeu uma regra básica das Nações Unidas que havia sido respeitada na Europa desde 1945, que fronteiras internacionais não podem ser alteradas pelo uso da força.
Desde então, Putin reativou uma guerrinha fria com o Ocidente, os Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a União Europeia. Provoca os inimigos do tempo da Guerra Fria e tenta dividir a UE com a proposta de acordos comerciais bilaterais com países-membros como a Hungria, onde o primeiro-ministro direitista Viktor Orban flerta com Moscou.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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