segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Cristãos viram alvos prioritários do Estado Islâmico

Na sua 15ª edição, sob o título Quebrando a Cruz, a revista Dabiq, porta-voz da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, declara guerra ao cristianismo e a ideologias ocidentais como o liberalismo, o secularismo, o ateísmo e o feminismo, revelou o Clarion Project, que combate o extremismo muçulmano. 

Sem dúvida, isso tende a estimular ataques como o assassinato de um padre na cidadezinha de Saint-Etienne-du-Rouvray, na França, na semana passada.

Por um lado, a revista pressiona a população da Europa a "abandonar sua infidelidade e aceitar o Islã, a religião da sinceridade e da submissão ao Senhor dos Céus e da Terra".

De outro, promete uma guerra santa permanente aos infiéis que não aceitarem sua versão sanguinária do islamismo: "Convocamos vocês a refletirem sobre estas questões enquanto os cavaleiros sedentos de sangue do Califado continuam sua guerra justa de terror contra vocês."

Os artigos e reportagens da última Dabiq incluem Por que odeio vocês e luto contra vocês e uma história de conversão, Por que vim para o Islã, em que a personagem é uma cristã finlandesa que adere ao Islã. O texto destaca inconsistências do cristianismo diante da suposta pureza e simplicidade do Islã.

No desafio teológico ao cristianismo, o Estado Islâmico investe contra o que considera o "absurdo" da Santíssima Trindade (pai, filho e espírito santo) e contra uma suposta corrupção da Bíblia ao longo da história por judeus e cristãos. Na tradição muçulmana, o Corão foi ditado por Alá ao profeta Maomé, assim é a expressão direta da palavra de Deus.

O ataque aos cruzados, uma reminiscência da Cruzadas, as guerras dos cristãos para tentar reconquistar Jerusalém durante a Idade Média, acontece no momento em que o Estado Islâmico perde territórios nas guerras civis no Iraque e na Síria e aumenta os atentados terroristas no resto do mundo, especialmente na Europa, mas não só lá.

A Olimpíada do Rio de Janeiro é um alvo potencial por causa da presença de estrangeiros visados e do clima de confraternização universal e competição sadia pelo esporte, contrários à ideologia salafista do Estado Islâmico, que gostaria de recriar o mundo no modelo da Arábia do século 7, no tempo do profeta Maomé.

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