Sob a alegação de se "dedicar inteiramente" a seu movimento político Em Marcha, o ministro da Economia, Emmanuel Macron, pediu demissão hoje ao presidente François Hollande de olho numa candidatura à Presidência da França em 2017. Será substituído por Michel Sapin, que vai acumular o cargo com o de ministro das Finanças.
Desde que lançou o movimento a favor da liberalização da economia, Macron era visto com suspeita, sobretudo pela ala mais à esquerda do Partido Socialista. Ele é considerado a "direita da esquerda", mas tem problemas para conseguir apoio eleitoral à esquerda.
Com aprovação popular de apenas 12%, o presidente Hollande é candidato à reeleição, mas corre sério risco de não chegar ao segundo turno, como aconteceu com o PS em 2002, por causa do avanço da Frente Nacional, de extrema direita, e da maior popularidade do partido de centro-direita Os Republicanos.
Nas pesquisas de opinião, Macron era o terceiro ministro mais popular do governo, depois dos ministros da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e do Interior, Bernard Cazeneuve.
A Lei Macron ou Lei do Crescimento, da Atividade e da Igualdade de Oportunidades causou grande divisão interna no PS e foi aprovada por decreto no ano passado, sem votação na Assembleia Nacional. Entre outras medidas, ela facilitou o trabalho noturno e aos domingos, acabou com o monopólio da rede ferroviária estatal e autorizou privatizações parciais no valor de 10 bilhões de euros.
Um dos políticos mais populares da França, Macron dificilmente obteria a candidatura socialista. Se o presidente Hollande desistir por causa da impopularidade, o candidato natural será o primeiro-ministro Manuel Valls. Há uma eleição prévia talhada sob medida para validar a candidatura Hollande.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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