A produção de petróleo da Venezuela caiu mais uma vez, ficando um pouco acima de 2 milhões de barris por dia, agravando ainda mais a crise política e econômica do país.
Dona das maiores reservas de petróleo do planeta, estimadas em 297 bilhões de barris, "petróleo para os próximos 300 anos", como gabava o finado caudilho Hugo Chávez, a Venezuela extrai hoje 20% menos óleo cru do que dois anos atrás.
Em julho, a produção ficou na média de 2,095 milhões de barris por dia, revelou o Relatório Mensal do Mercado de Petróleo divulgado neste mês de agosto pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). É a menor desde que o setor foi estatizado pelo presidente Carlos Andrés Pérez, em 1976.
O governo venezuelano não divulgou números oficiais sobre o mês passado. O cálculo foi feito pela própria OPEP com base em dados sobre transporte marítimo, relatórios de empresas, serviços de notícias, sindicatos, meios de comunicação e analistas de mercado.
Quando Chávez chegou ao poder, em 1999, a Venezuela produzia 3,2 milhões de barris por dia. Depois de uma greve de protesto contra a interferência do governo na empresa, de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003, o caudilho promoveu um grande expurgo na empresa estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PdVSA). Afastou técnicos competentes, substituindo-os por apadrinhados políticos, e reduziu o investimento.
Com os preços recordes de 2004 a 2014, a PdVSA conseguiu mascarar sua incompetência e a decadência do setor na Venezuela.
"Na Venezuela, mais de 50% da arrecadação do governo deriva da produção de petróleo. Portanto, o governo é o dono de fato da riqueza do petróleo, o que resulta na dependência dos cidadãos", observa um relatório recente do Instituto Fraser, um centro de pesquisas defensor do liberalismo econômico.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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