Como em 1º de maio de 2006, quando estatizou o gás e o petróleo, o presidente da Bolívia, Evo Morales, aproveitou o Dia do Trabalho ontem para nacionalizar a maior companhia telefônica do país e quatro empresas do setor de energia, inclusive dos grupos espanhol Repsol-YPF, britânico British Petroleum e Ashmore Energy.
"Serviços essenciais, sejam de água, energia ou comunicações, não podem ficar nas mãos de empresas privadas", declarou o presidente boliviano.
A medida foi tomada às vésperas do plebiscito sobre a autonomia do departamento de Santa Cruz, o mais rico do país, numa manobra considerada "separatista e ilegal" pelo governo Morales.
É uma situação extremamente tensa, capaz de degenerar em conflito, adverte o enviado especial da Organização dos Estados Americanos (OEA), Dante Caputo, ex-ministro das Relações Exteriores da Argentina. Ele tentou mediar um diálogo entre o o governo e a oposição em Santa Cruz, mas a oposição só negocia depois do plebiscito.
As pesquisas indicam que mais de 80% dos eleitores do departamento de Santa Cruz, rico em gás, petróleo e sojicultura, devem votar a favor da autonomia política e econômica, criando um problema sério para Morales implantar seu projeto socialista.
Outros departamentos importantes - Beni, Pando e Tarija - convocaram plebiscitos sobre autonomia para junho.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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