A coligação pró-ocidental, a favor da integração do país na União Européia, obteve uma vitória surpreendente nas eleições parlamentares da Sérvia, apesar da rejeição popular à independência do Kossovo, reconhecida pelos Estados Unidos e as principais potências da Europa.
O resultado foi festejado em Belgrado, a capital da Sérvia, onde carros circularam com as bandeiras sérvia e da UE.
"Neste momento, é importante dizer que os cidadãos da Sérvia confirmaram claramente, sem sombra de dúvida, que a Europa é o caminho para a Sérvia", festejou o presidente Boris Tadic, que assinou um pré-acordo de adesão à UE semanas antes da eleição.
Foi uma aposta arriscada. Se derrotassem a coalizão Por uma Sérvia Européia, os sérvios estariam fechando as portas da UE, cheias de oportunidades de emprego, para si mesmos.
A ex-república iugoslava da Eslovênia, que ocupa neste semestre a presidência rotativa da União Européia, saudou a "clara vitória" de uma aliança com "uma agenda européia clara".
"Os sérvios escolheram a Europa. Depois destas eleições, vamos trabalhar pelo futuro da Sérvia dentro da UE", comemorou o ministro das Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner. "A Sérvia sabe que pode contar com a França e a Europa".
Mas a coligação liderada pelo Partido Democrático, do presidente Tadic, teve 39% dos votos. Não obteve maioria absoluta.
"É preciso formar um governo o mais rapidamente possível", declarou o presidente a seus partidários no discurso da vitória."Não podemos voltar ao isolamento do passado."
O ultranacionalista Partido Radical Sérvio, herdeiro das idéias políticas que destruíram a Iugoslávia em guerras sangrentas durante a ditadura de Slobodan Milosevic (1989-2000), advertiu que é cedo para festejar. A coalizão pró-UE pode não conseguir formar um governo.
Pelas projeções de institutos independentes, os radicais devem ter 28% dos votos. O grande derrotado é o ex-primeiro-ministro Vojislav Kostunica, que derrotou Milosevic na eleição presidencial de 2000. Agora, ele rompeu a coalizão com Tadic, dissolveu o parlamento e antecipou as eleições por não aceitar a independência do Kossovo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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