Ao discursar na Knesset para celebrar os 60 anos de Israel, o presidente George Walker Bush aproveitou para cutucar o candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, senador Barack Obama, que defende o diálogo e a negociação com países considerados inimigos dos EUA, como o Irã e a Síria, chamando-o de um "apaziguador".
"Algumas pessoas acham que devemos negociar com inimigos que querem nos matar, como se fosse possível convencê-los de que o que faziam até agora estava errado", argumentou Bush. "Isso me lembra que, quando a Alemanha invadiu a Polônia [iniciando a Segunda Guerra Mundial], um senador americano disse: 'Eu deveria ter conversado com Hitler'."
Bush tenta apresentar Obama como ingênuo e despreparado para o poder, para ser o comandante-em-chefe de um país em guerra. Está defendendo sua guerra no Iraque e tentando dar o tom da campanha republicana. É uma antiga estratégia pintar os democratas como fracos em defesa e segurança nacional.
A História não autoriza essa distinção.
Além do mais, com a impopularidade de Bush, comprar uma briga com o presidente não é mau negócio para nenhum candidato. A estratégia democrata é tentar colar o candidato do Partido Republicano, senador John McCain, no presidente Bush.
McCain é a favor da guerra e prometeu vitória no Iraque em quatro anos. "Em 2013, as tropas estarão voltando para casa orgulhosas por terem defendido a liberdade deste país", delirou McCain, tentando apagar um recado anterior. Ele disse que os EUA poderiam ficar cem anos no Iraque.
A guerra é impopular. Ao marcar prazo, McCain age como político manhoso e enganoso. Como ex-militar, veterano da Guerra do Vietnã, onde ficou preso quase seis anos no Vietnã do Norte, sabe que não dá para marcar prazo para acabar com uma guerra.
É demagogia de um candidato fraco que luta para aparecer enquanto os pré-candidatos do outro partido não saem do noticiário porque a disputa entre eles só agora está acabando.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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