A população chinesa poderia ter alertada do pior terremoto a atingir o país em mais de 30 anos. No ano passado, a revista científica especializada Tectonics um publicou artigo advertindo que as falhas geológicas da província de Sichuã eram "suficientemente grandes para provocar um grande terremoto".
Uma equipe de geólogos formada pelos professores Alexander Densmore, da Universidade de Durham; Mike Ellis, chefe de pesquisas científicas sobre mudança do clima da Sondagem Geológica Britânica; e colegas de institutos de pesquisa de Chengdu, a capital de Sichuã, mapearam a analisaram uma série de novas falhas.
Com base em técnicas de geomorfologia tectônica, os pesquisadores mapearam as áreas densamente povoadas e as montanhas adjacentes. Esta técnica revelou mudanças significativas na superfície da terra como desvios no curso dos rios, alterações nas planícies aluviônicas e no formato dos vales e soerguimento de novos elementos na paisagem.
O tremor da segunda-feira passada ocorreu sob algumas das mais íngremes e escarpadas montanhas da Terra, Longmen Shan, as Montanhas do Portão do Dragão. Esta cordilheira, mais íngreme do que o Himalaia, é a borda voltada para cima do limite oriental do planalto tibetano, que se elevou 5 mil metros em função da lenta mas inexorável colisão da Índia com a Ásia, que começou há cerca de 55 de milhões de anos e continua até hoje.
Duas falhas geológicas que seguem ao longo de quase toda a extensão das Montanhas do Portão do Dragão mostram sinais evidentes de terem deslizado ao longo de milhares, talvez centenas, de anos. Às vezes, são frações de milímetro por ano ou alguns milímetros. O movimento em uma destas falhas deve ter causado o terremoto que pode ter matado 60 mil pessoas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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