Em sua primeira entrevista como presidente eleito da Rússia, Dimitri Medvedev, um advogado de 42 anos, prometeu preservar a obra de seu patrono e antecessor, o presidente Vladimir Putin, que deve continuar mandando no país como primeiro-ministro, na condição de líder do partido Rússia Unida, vencedor das eleições parlamentares de dezembro.
Medvedev insistiu em que não será teleguiado por Putin. Ele venceu a eleição com cerca de 70% dos votos. Em segundo lugar, ficou o líder comunista Guenadi Ziuganov, com 18%. Em terceiro, o ultranacionalista Vladimir Jirinovski, o grande palhaço da política russa.
Antes mesmo do resultado final dessta eleição de cartas marcadas, criador e criatura participaram de um concerto musical na Praça Vermelha para festejar a vitória. Mas nem isso é novidade.
Na Rússia, o candidato do Kremlin ganha sempre, o que coloca em dúvida a democracia no país. Putin acabou com as eleições para governador, perseguiu empresários que apoiaram a oposição, censurou a imprensa e é suspeito da morte de jornalistas como Anna Politikovskaya e de ex-agentes como Alexander Litvinenko, envenenado em Londres com polônio radioativo.
Para censurar a imprensa, as autoridades russas perseguem meios de comunicação que usam programas de computador pirateados, uma prática generalizada na Rússia e em diversos países em desenvolvimento, inclusive no Brasil.
Como não vem dos serviços secretos, Medvedev é considerado mais liberal do que Putin. Não se mostrou muito liberal como presidente da Gazprom, empresa que detém o monopólio estatal do gás na Rússia. Mas as ordens vinham do Kremlin. O presidente eleito não tinha margem de manobra.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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