O vice-primeiro-ministro britânico, John Prescott, que exerce o poder durante as férias do primeiro-ministro Tony Blair, desabafou numa reunião com deputados muçulmanos para discutir terrorismo, política externa e as guerras no Oriente Médio, dizendo que o governo George Walker Bush é "uma droga". A frase saiu durante um encontro com deputados muçulmanos do Partido Trabalhista que foram se queixar do apoio incondicional de Bush e Blair à ofensiva israelense no Líbano, o que adiou a decisão das Nações Unidas impondo um cessar-fogo.
Alguns deputados desconversaram, alegando não ter ouvido a declaração do primeiro-ministro interino. A explicação oficial do gabinete do vice-primeiro-ministro é que "estas conversas eram privadas e francas".
Prescott teria manifestado preocupação com os diversos conflitos no Oriente Médio, ressalvando que só apoiara a invasão do Iraque porque esperava em troca algum avanço no processo de paz entre israelenses e palestinos. Mas o governo Bush tinha sido "uma droga" nesta questão. Em seguida, pediu que isto não fosse registrado nos anais da reunião, informa hoje o jornal inglês The Independent.
Não é a primeira vez que o vice de Blair, considerado a face operária do novo trabalhismo, protesta contra o governo republicano de Bush. Ele ficou amigo do então vice-presidente Al Gore, derrotado por Bush na suspeitíssima eleição presidencial de 2000 nos EUA, durante as negociações do Protoloco de Quioto e nunca teria engolido a vitória de Bush.
(NOTA: Prescott usou a palavra crap, cuja tradução literal é fezes, bosta, merda, droga, lixo ou porcaria. Como foi usada numa linguagem coloquial, optei por usar droga, temendo que o palavrão desse uma carga emocional acima do que pretendia o vice-primeiro-ministro britânico.)
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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