O líder do Hesbolá (Partido de Deus), xeque Hassan Nasrallah, ameaçou hoje lançar foguetes contra Telavive, a segunda cidade mais importante de Israel, depois de Jerusalém, se Israel continuar bombardeando Beirute, a capital do Líbano.
Hoje foi um dos piores dias para Israel desde o início do conflito, em 12 de julho, quando militantes do Hesbolá atacaram na fronteira israelense, matando oito soldados e capturando dois. Quatro soldados morreram em combate e oito civis em conseqüência dos ataques de foguetes desfechados pela milícia fundamentalista xiita que dominava o Sul do Líbano.
Para acabar com a guerra, estão sendo propostas duas resoluções ao Conselho de Segurança das Nações Unidas: uma para exigir um cessar-fogo imediato e outra criando uma força multinacional de paz para controlar a fronteira, impedir ataques contra Israel e desarmar o Hesbolá, permitindo que o Exército do Líbano assuma o controle do Sul do país.
A França poderia liderar o núcleo da força internacional, formado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mas não subordinado ao comando militar da Otan, a aliança militar liderada pelos EUA. Mas o presidente Jacques Chirac exige antes um cessar-fogo e a concordância do Hesbolá, através do governo libanês.
Estas diferentes posições e a intenção dos EUA de dar tempo para Israel castigar duramente o Hesbolá e reduzir sua capacidade operacional fazem com que provavelmente as resoluções só sejam votadas na próxima semana.
Por enquanto, Israel não dá sinais de que esteja ganhando a guerra. Pelo contrário. Até agora, a vitória política é do Hesbolá, que consegue resistir aa mais poderosa máquina militar do Oriente Médio, o que faz com que seu líder, xeque Hassan Nasrallah, fale com cada vez mais arrogância. Tudo isto fortalece o Irã, que já se beneficiou da ascensão dos xiitas no Iraque e agora vê uma milícia fundamentalista xiita que apóia desafiar com sucesso o supostamente invencível Exército de Israel.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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