O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou hoje por unanimidade a Resolução 1.701 para exigir um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), que dominava o Sul do Líbano. Uma proposta anterior, apresentada pelos Estados Unidos e pela França, fora rejeitada pelo governo libanês porque não previa a retirada total das forças israelenses que invadiram o Líbano nos últimos 30 dias.
Israel só aceita sair se a região for ocupada por uma força de paz multinacional com mandato da ONU para impedir que o Hesbolá volte a usar o Sul do Líbano para disparar foguetes contra o território israelense. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, concordou com a idéia de que o Exército do Líbano assuma o controle da região, com o apoio da força de paz.
Pela resolução, a força da ONU terá 15 mil soldados. À medida que eles forem chegando ao Sul do Líbano, Israel iria se retirando. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, terá 30 dias para buscar uma solução para as Fazendas Chebá, único território libanês ocupado por Israel.
No momento, porém, Israel está ampliando suas operações terrestres numa tentativa de infligir o máximo de dano possível ao Hesbolá antes do cessar-fogo. Pela Resolução 1.559 do Conselho de Segurança, todas as milícias libaneses devem ser desarmadas, inclusive o Hesbolá.
Para que a força de paz possa fazer isto, precisará de um mandato amplo, inclusive do direito de abrir fogo. O risco é que os milicianos do Hesbolá identifiquem a força da ONU como um instrumento das potências ocidentais e a ataquem.
Em 1983, durante uma invasão israelense ao Líbano, atentados suicidas do Hesbolá mataram 241 fuzileiros navais americanos e 58 legionários franceses. Os EUA e a França retiraram suas tropas do Líbano. Israel faria o mesmo dois anos depois, sob pressão do terrorismo suicida.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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