Até 15 de setembro, chega ao Líbano por mar um batalhão com 900 soldados franceses equipados com armas pesadas, inclusive 13 tanques Leclerc. Algumas semanas depois, segue outro batalhão com 700 soldados, revela o jornal francês Le Monde.
Como a França já tem 400 homens no Sul do Líbano, passará a ter 2 mil soldados e o comando até fevereiro de 2007 na Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (Finul ou Unifil, em inglês), nome oficial da força de paz da ONU para manter a trégua entre Israel e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus).
O armamento é "antes de tudo dissuasório", declarou um porta-voz das Forças Armadas da França, que é o segundo país em número de soldados, depois da Itália, com 3 mil. Em fevereiro de 2007, um italiano deve assumir o comando da Finul.
A força de paz da ONU deve apenas tentar manter a trégua. Não tentará desarmar o Hesbolá, como prevê a Resolução 1.559 do Conselho de Segurança da ONU. O desarmamento terá de ser resolvido internamente pelo governo libanês.
Depois de resistir à arrasadora ofensiva israelense, o Hesbolá saiu fortalecido politicamente dentro do mundo árabe. Há quem discorde desta análise mas é a voz das ruas e a imagem é fundamental em política. Sem uma grande pressão internacional, não há a menor chance de que o Hesbolá entregue suas armas. Além do mais, isto não interessa a seus patrocinadores, o Irã e a Síria.
O líder do Hesbolá, xeque Hassan Nasrallah, disse que a força de paz será bem-vinda, desde que não tente desarmar seu grupo. A força de paz deve ajudar o Exército do Líbano a ocupar o Sul do Líbano, deslocando os guerrilheiros de Nasrallah.
Por isso, o presidente francês, Jacques Chirac fez um apelo à Síria e ao Irã para que rompam seu isolamento e participem de um diálogo que leve a uma paz duradoura no Oriente Médio para que não seja mais necessária a presença militar estrangeira na região.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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