Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 600 foram feridas hoje quando islamitas e liberais se enfrentaram numa violenta batalha de rua perto do palácio presidencial do Egito. Três altos assessores do presidente Mohamed Mursi renunciaram, responsabilizando-o pela violência.
Desde o golpe branco dado por Mursi, da Irmandade Muçulmana, ao se avocar poderes excepcionais, a multidão voltou a tomar a Praça da Libertação, no centro do Cairo, a capital egípcia.
Mursi recuou parcialmente, mas acelerou o processo de redação de uma nova Constituição a ser submetida a um referendo em 15 de dezembro de 2012. Mas os jovens e as massas que fizeram a revolução que derrubou Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011 não aceitam um projeto constitucional que não garante a liberdade de expressão, os direitos das mulheres, dos cristãos e dos cidadãos comuns.
Onze jornais não circularam hoje em protesto contra a Constituição. Hoje à noite, quatro estações de televisão vão parar suas transmissões.
O movimento de oposição, coordenado pelo ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica Mohamed ElBaradei, promete continuar nas ruas em defesa da revolução. Ele não acredita em democracia com a Irmandade Muçulmana.
ElBaradei acusa o Conselho Supremo das Forças Armadas de ceder às pressões dos islamitas para convocar eleições antes que as outras forças políticas estivessem organizadas. O resultado foi um Parlamento dominado por islamitas, que fez um projeto de Constituição que acaba de deflagrar uma batalha nas ruas.
Como acusou ElBaradei, "Mursi deixou o Egito à beira do abismo".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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