segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Diário de Viagem: Inferno na Dutra

Pelo espírito dos irmãos Jack Kerouac e Eduardo Bueno, resolvi voltar à estrada e vir de carro do Rio para Porto Alegre. Saí sábado, pouco depois do meio-dia, peguei a Linha Vermelha e, ao descer para a Rodovia Presidente Dutra (Rio-SP), fui obrigado a percorrer um longo trecho pela estrada marginal na Baixada Fluminense. Foram 5 a 10km sob um sol de 40 graus, enquanto a estrada ao lado estava vazia.

Os motores fervem, os motoristas são alvos fáceis de ladrões e a Polícia Rodoviária Federal e a Nova Dutra, não estão nem aí. Havia um estreitamento de pista à frente, mas ninguém foi capaz de abrir outro acesso à estrada principal.

Por que tanto descaso e tanta incompetência?

Há um ano, no mesmo local e nas mesmas circunstâncias, o motor ficou superaquecido e estourou uma mangueira que esvaziou o radiador. Não me dei conta porque o relógio mede a temperatura da água e não havia mais água, e fundiu o motor, dando-me um prejuízo de milhares de reais.

Ao entrar na Dutra, estava iniciando a ultrapassagem de um caminhão que, para deixar de uma kombi em marcha lenta, foi simplesmente jogado para cima de mim pelo motorista, que só depois olhou pelo espelho. Tive de frear bruscamente para o carro não ser espremido entre o caminhão e o guardrail.

Nasci de novo, ou quase morri, por absoluta irresponsabilidade de um motorista de caminhão. Havia testemunhas na estrada. Fiquei pensando. Se acontece um acidente desses numa estrada deserta, o cara mata, vai embora e fica por isso mesmo.

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