As emissões de gases que agravam o efeito estufa crescem numa média de 3% ao ano desde 2000. Devem chegar a 36,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2010. Neste ritmo, a temperatura média do planeta vai subir 5º C até 2100, preveem pesquisadores do Projeto Global do Carbono.
O estudo mostra que a emissão de gás carbônico cresceu 54% desde 1990, ano-base para o cálculo das reduções previstas no Protocolo de Quioto. Enquanto os países ricos estabilizaram suas emissões, os países em desenvolvimento estão poluindo mais. Suas emissões de carbono subiram de 35% para 58%.
As emissões da China, que superou os Estados Unidos como maior poluidor mundial, cresceram 10%, chegando a 800 milhões de toneladas de dióxido de carbono no ano passado.
Neste momento, a 18ª Conferência das Nações Unidas se realiza em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, sem expectativa de um avanço positivo no controle do aquecimento global. A única proposta sobre a mesa é prorrogar o Protocolo de Quioto, mas Canadá, Japão e Rússia já anunciaram que estão abandonando o acordo.
Um problema, diante do crescimento das emissões, é a necessidade de incluir os países em desenvolvimento num acordo que preveja obrigações também para eles - o que é politicamente difícil: "O forte crescimento das emissões em alguns países em desenvolvimento está mudando continuamente a distribuição de emissões. As alegações de 1990 não servem para 2012", observou Glen Peters, do Cicero, um instituto norueguês de pesquisas sobre o clima, um dos autores do relatório.
"A cada ano que as emissões aumentam", acrescenta, "fica mais difícil cumprir a meta [estabelecida pelo Painal Intergovernamental sobre Mudança do Clima] de limitar o aumento da temperatura em dois graus centígrados. A única maneira de manter a temperatura dentro do limite de variação de dois graus será se os grandes emissores, desenvolvidos e em desenvolvimento, chegarem a um acordo para reduzir as emissões".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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