A Bolsa de Valores de Milão registrou queda de 2,2% diante da incerteza criada pela volta à política do arquicorrupto ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e a decisão consequente do atual primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, de pedir demissão.
Berlusconi deixou o poder em novembro de 2011, em meio a uma onda de escândalos sexuais e de corrupção, depois de ter sido o chefe de governo que ficou mais tempo no cargo desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Monti, ex-comissário europeu antimonopólio, foi a solução tecnocrática encontrada para evitar que o país seguisse o caminho da Espanha e precisasse de uma ajuda de emergência. Como a Itália, é quarta maior economia do euro, com dívida de US$ 2 trilhões, havia o risco de que todo o dinheiro dos fundos europeus para emergências fosse insuficiente.
O ex-primeiro-ministro não parece preocupado. Diante do risco de uma vitória da esquerda nas eleições parlamentares previstas para abril, decidiu voltar à política, para desespero dos aliados europeus da Itália na União Europeia.
Seu discurso: "A situação está pior do que quando eu saí". Mas um grupo de empresários já articula a candidatura Monti para evitar a volta ao poder de um símbolo da corrupção e do que a política tem de pior.
Como o ajuste fiscal promovido pelo atual governo é impopular, em plena crise, as chances eleitorais de Monti são difíceis.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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