O presidente George Walker Bush vetou uma lei que proibiria a Agência Central de Inteligência (CIA), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, de técnicas violentas de interrogatório, inclusive simulação de afogamento, choque elétrico, queimaduras e uso de cães, assim como tirar a roupa dos suspeitos ou obrigá-los a simular atos sexuais.
"A lei que o Congresso me enviou", disse Bush, "tiraria alguns dos instrumentos mais valiosos na guerra contra o terror. Não é hora de mudar práticas que comprovadamente tornaram os EUA mais seguros."
Não é o que pensa a oposição democrata: "O programa da CIA prejudica nossa segurança nacional ao enfraquecer nossa autoridade moral e legal. Dá a Al Caeda e outros grupos terroristas um instrumento de propaganda e recrutamento", reagiu o senador Jay Rockefeller, presidente da Comissão de Inteligência do Senado.
Bush alegou que a tortura ajudou a abortar um plano terrorista para atacar um acampamento de fuzileiros navais americanos em Djibúti, outro contra o consulado americano em Caráchi, a maior cidade do Paquistão, além de tentativas de jogar aviões de passageiros contra edifícios em Londres e Los Angeles.
Na semana passada, o diretor da CIA, Michael Hayden, confirmou que Khaled Cheikh Mohammed, acusado de ser o mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, foi submetido a afogamento durante seu depoimento.
Para o jornal The New York Times, a tortura será um dos legados de Bush.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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