quinta-feira, 21 de setembro de 2006

CIA forçou Bush a acabar com prisões secretas

O presidente George W. Bush foi obrigado a admitir a existência de prisões secretas para os suspeitos detidos na luta contra o terrorismo porque os interrogadores da CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos Estados Unidos, negaram-se a continuar trabalhando em prisões secretas, revela hoje o jornal inglês Financial Times.

Quando Bush fez o anúncio de que todos os prisioneiros da guerra contra o terror seriam tratados de acordo com as Convenções de Genebra, dias antes do quinto aniversário dos atentados de 11 de setembro, parecia estar tentando retomar a iniciativa política tendo em vista as eleições parlamentares de 7 de novembro e se adaptar às decisões da Suprema Corte. Mas altos funcionários da CIA disseram ao FT que o verdadeiro motivo foi a recusa dos agentes de continuar trabalhando em condições que pudessem justificar processos por tortura.

John Bellinger, assessor jurídico do Departamento de Estado, revelou que houve "muito pouca atividade operacional" desde a aprovação, em dezembro do ano passado, de um projeto do senador republicano John McCain proibindo a tortura e o tratamento desumano de presos. McCain foi prisioneiro de guerra no Vietnã e sempre insistiu que as leis de existem para proteger todos os combatentes, inclusive os soldados americanos.

Os 14 suspeitos que devem ser processados como líderes da Caeda, inclusive Khaled Cheikh Mohamed, considerado o arquiteto dos atentados de 11 de setembro, passaram até três anos e meio em prisões clandestinas até serem transferidos recentemente para o centro de detenção instalado na base naval de Guantânamo, um enclave americano em Cuba.

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