O presidente radical do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pretende expurgar os liberais e secularistas das universidades do país. Em palestra a estudantes, ele pediu ajuda para uma campanha destinada a erradicar os valores ocidentais e instaurar os da revolução islâmica. Líderes estudantis acusam o presidente linha-dura de ter aumentando muito a repressão desde que chegou ao poder, há um ano. Dezenas de professores estão sendo forçados a se aposentar.
"Nosso sistema educacional tem sido influenciado por pensamentos seculares há 150 anos de uma maneira que ignora nossa identidade e o colonialismo quer expandir o sistema secular", declarou o presidente iraniano. "Houve um grande esforço para promover um sistema e pensamentos seculares à nossa sociedade. É difícil mudar. Temos de fazer isto juntos."
Ahmadinejad elegeu-se prometendo restaurar a suposta pureza ideológica do início da Revolução Islâmica, de 1979, além de prometer uma renda mínima para as populações mais pobres, o que lhe rendeu grande votação nas zonas rurais pobres.
"Um estudante deve gritar contra os pensamentos e a economia liberais", bradou Ahmadinejad. "Um estudante deve perguntar por que um professor secularistas lhe dá notas baixas para um estudante que não tem as mesmas idéias do que ele. O trabalho para mudar o sistema começou mas exige capacidade e apoio especiais".
Indignado, um professor da Universidade de Teerã comentou, comparando a campanha com a perseguição dos inimigos do regime na China de 1966-76: "É uma revolução cultural. Ahmadinejad e seus aliados querem expulsar seus oponentes das universidades".
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