A defesa de Israel pediu hoje que a Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas não aceite a denúncia apresentada pela África do Sul e não ordene a paralisação da guerra para não depreciar e banalizar o termo genocídio. Qualquer que seja a decisão do tribunal não deve mudar o curso da guerra.
Ao apresentar a acusação ontem, o ministro da Justiça sul-africano, Ronald Lamola, afirmou: "Nenhum ataque armado em território de um país, por mais grave que seja, mesmo um ataque envolvendo crimes e atrocidades, pode fornecer qualquer justificativa ou defesa para violações da Convenção sobre Genocídio seja por uma questão de lei ou moral. A resposta de Israel ao ataque de 7 de outubro de 2023 cruzou essa linha."
A África do Sul citou várias declarações de autoridades israelenses como incitação ao genocídio. Como a convenção visa a prevenir e reprimir o crime de genocídio, enquadra também a incitação.
A decisão pode levar anos. A África do Sul pediu uma medida cautelar para parar a guerra imediatamente. Esta decisão deve sair em semanas, mas Israel pode simplesmente ignorar como fez a Rússia em relação à invasão da Ucrânia em março de 2022.
Para aplicar qualquer medida contra Israel, a Corte Internacional de Justiça precisa levar o caso ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde os EUA usam sistematicamente seu poder de veto para proteger Israel. A condenação ou mesmo uma medida mandando parar a guerra teriam valor simbólico e moral. Isolaria ainda mais o país e aumentaria a condenação internacional do Estado de Israel.
Um comentário:
A questão é bem clara. Mas a acusação de genocídio ainda não me parece demonstrada.
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