quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Hoje na História do Mundo: 25 de Janeiro

IMPERADOR CLÁUDIO

    Em 41 depois de Cristo, Cláudio se torna o quarto imperador romano, sucedendo a seu sobrinho Calígula. No seu reinado, o Império Romano estende seus domínios ao Norte da África e conquista o que hoje é a Inglaterra.

Tibério Cláudio Druso Nero Germânico nasce em Lugdnum, hoje Lyon, na Gália, agora parte da França, em 1º de agosto do ano 10 da era cristã, filho de Nero Cláudio Druso, um importante general do Império Romano. É sobrinho do imperador Tibério.

Manco e gago, ele fica longe da vida pública até o imperador Calígula, seu sobrinho, o nomear cônsul e senador. O historiador Tito Lívio, contratado como seu tutor, o incentiva a estudar história. Quando a guarda pretoriana mata Calígula, o encontra escondido atrás de uma cortina com medo de também ser morto.

Único homem adulto da família, debilitado fisicamente e sem experiência política, Cláudio é proclamado imperador talvez na expectativa de que será facilmente manipulado.

Apesar de estigmatizado pela própria mãe, Cláudio torna-se um aluno brilhante, um bom governante e estrategista militar amado pelo povo. Durante seu reinado o Império Romano tem uma expansão como não vê desde Augusto (27 AC-14 DC). Ele conquista a Trácia, a Nórica, a Panfília, a Lícia, a Judeia e a Britânia, que Júlio César não conseguira quase um século antes. 

Sua terceira mulher, Valéria Messalina, poderosa e influente passa à história com fama de promíscua. Acusada de conspirar contra o marido, é presa e executada em 48. De acordo com o historiador Tácito, organizou uma cerimônia pública de casamento com seu amante, Caio Sílio Talvez por um viés político, seu nome vira sinônimo de prostituta.

Cláudio casa então com a sobrinha Agripina, o que contraria a lei romana, alterada para permitir o casamento. Ele é assassinado por envenenamento, possivelmente por cogumelos e supostamente instigado pela mulher, em 13 de agosto de 54. É sucedido por Nero, último imperador da dinastia júlio-claudiana.

SEGUNDO CASAMENTO DE HENRIQUE VIII

    Em 1533, Henrique VIII se casa secretamente com Ana Bolena para tentar ter um filho homem depois de se separar de Catarina de Aragão, o que o levoa a romper com o Vaticano e criar a Igreja da Inglaterra, com os mesmos rituais católicos, em 1534. É uma decisão mais política do que teológica.

Henrique VIII nasce em Greenwich em 28 de junho de 1991. É filho de Henrique Tudor, que derrota o rei usurpador Ricardo III na Batalha de Bosworth, em 22 de agosto de 1485, e vence a Guerra das Duas Rosas (1455-1487), a guerra entre as dinastias de Lancaster e York, herdeiras de Eduardo III, e se torna Henrique VII, o primeiro rei da dinastia Tudor.

A grande preocupação de Henrique VIII é ter um filho homem para evitar uma guerra de príncipes pela sucessão. Mas Catarina de Aragão, filha dos reis católicos da Espanha, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, lhe dá uma filha mulher, Maria Tudor, futura Maria I.

Ele se divorcia de Catarina de Aragão, motivo do rompimento com a Igreja Católica, para se casar com Ana Bolena, que lhe dá outra filha mulher, Elizabeth I, a mulher mais poderosa da história da Inglaterra. Tem seis mulheres. A terceira, Jane Seymour, lhe dá o filho homem, Eduardo VI.

Ana Bolena é acusada de traição e decapitada na Torre de Londres em 19 de maio de 1536. Quando Henrique VIII morre, em 28 de janeiro de 1547, o único filho legítimo homem, Eduardo VI, ascende ao trono com nove anos. Com a saúde frágil, morre aos 15 nos, em 6 de julho de 1553. É sucedido por Lady Jane Gray, filha de uma irmã de Henrique VIII, a Rainha dos Nove Dias.

Quem herda o trono é Maria I, a primeira mulher a reivindicar com sucesso o trono da Inglaterra. Ele se casa com Felipe II, da Espanha, filho de Carlos V, do Sacro Império Romano-Germânico, mas não tem filhos. Católica, tenta reverter a Reforma Protestante na Inglaterra. 

Maria I morre em 17 de novembro de 1558. É sucedida por Elizabeth I, filha de Ana Bolena,  que retoma a Reforma Protestante e começa a construir o Império Britânico. Conhecida como a Rainha Virgem, morre sem deixar filhos em 1603. 

Elizabeth I é sucedida por Jaime I da Inglaterra e Jaime VI da Escócia, católico, filho de sua inimiga Maria Stuart, que manda construir um túmulo para a mãe na Abadia de Westminster do mesmo nível do de Elizabeth I.

O conflito entre católicos e protestantes leva à Guerra Civil Inglesa do século 17. Carlos I, filho de Jaime I, é decapitado em 30 de janeiro de 1649, início de um breve período republicano na história da Inglaterra. A guerra só termina a Revolução Gloriosa 1688, que produz a Declaração de Direitos de 1689, estabelece a supremacia do Parlamento e torna a Inglaterra numa monarquia constitucional.

FUNDAÇÃO DE SÃO PAULO

    Em 1554, os padres jesuítas Manuel da Nóbre e José de Anchieta e o cacique Tibiriça fundam uma missão e uma escola que dão origem à cidade de São Paulo no dia da conversão de São Paulo. O Pátio do Colégio é o primeiro assentamento no planalto brasileiro.

No fim do século 16, a povoação em apenas 300 habitantes, na maioria pobres do Sul de Portugal. A prosperidade começa no século 17 com a exploração do interior pelos bandeirantes em busca de ouro, prata, diamantes e índios para escravizar.

Em 1711, São Paulo se torna uma cidade. A descoberta de ouro e diamantes na Colônia em Minas Gerais estimula a imigração europeia e muda o eixo econômico do Nordeste para o Sudeste do Brasil.

O imperador Pedro I proclama a independência em 7 de setembro de 1822 às margens do Riacho Ipiranga dando a São Paulo um lugar proeminente na história do Brasil. Em 1840, a cidade tem cerca de 20 mil habitantes concentrados na área do Vale do Anhangabaú. Um mercado municipal é construído em 1867.

A riqueza começa com o ciclo do café, que se torna o principal produto de exportação do Brasil, atraindo imigrantes, principalmente italianos, que são 600 mil dos 900 mil estrangeiros atraídos pelo país entre 1888 e 1900. Também chegam portugueses, espanhóis, alemães, europeus-orientais, sírios, libaneses e japoneses, que transformam São Paulo na potência econômica que é hoje.

O Viaduto do Chá, sobre o Vale do Anhangabaú, é construído em 1892. O prefeito Antônio Prado (1899-1911) alarga ruas, constrói novas praças e conclui a espetacular Estação da Luz, um dos símbolos da cidade. Os barões do café constroem mansões na Avenida Paulista. 

Em 1905, fábricas de tecidos e sapatos ocupam os bairros do Brás, Bom Retiro, Mooca, Água Branca e Ipiranga.

A Semana de Arte Moderna de 1922 é um marco da história do modernismo no Brasil. Consagra São Paulo como o centro cultural que é hoje. 

Em 1960, quando a capital é transferida do Rio de Janeiro para Brasília, São Paulo já é a maior cidade do Brasil e se consolida como um dos maiores centro de desenvolvimento urbano do mundo. Mas o crescimento urbano é caótico. Só em 1972 são aprovadas leis de zoneamento.

Hoje a cidade de São Paulo tem 11,451 milhões de habitantes, o mesmo que 2.534 municípios brasileiros, de acordo com o Censo de 2022. A região metropolitana tem 21,9 milhões de habitantes. 

MADAME MAO CONDENADA

    Em 1981, a viúva de Mao Tsé-tung, Jiang Ching, é condenada à morte por "crimes contrarrevolucionários" cometidos durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76) na China.

A atriz e quarta mulher de Mao, o líder da revolução comunista chinesa, nasce pobre em Zhucheng em 19 de março de 1914, filha natural de um carpinteiro violento e alcoólatra e sua concubina. É batizada Li Shu-meng. Ao longo da vida, adota vários pseudônimos.

Quando criança, começa a fazer teatro comunitário. Ele se casa com um comerciante, se divorcia e aí começa a namorar um membro do Partido Comunista, que é perseguido pelo partido nacionalista Kuomintang (KMT) durante a guerra civil.

Em 1934, a futura Madame Mao vai para Xangai, a maior e mais cosmopolita cidade chinesa, perseguir o sonho de fazer cinema. Presa por ser comunista, fica meses na cadeia. Ao sair, muda o nome para Lan Ping (Maçã Azul).

Jiang consegue um papel de protagonista como Nora na peça A Casa dos Bonecas, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, mas não impressiona os produtores de cinema. Nessa época, ela se apaixona pelo ator e diretor Tang Na, com quem tem um casamento conturbado. Eles se divorciam em 1937.

De acordo com o historiador australiano Ross Terrill, biógrafo de Madame Mao: o diabo de ossos brancos, nessa época ela levava uma vida burguesa e decadente em Xangai. Fica famosa pelos escândalos, um passado que no futuro tenta apagar.

Numa nova transformação, vira Jiang Ching (Rio Verde), uma recatada militante comunista que seduz o grande líder da revolução. Jiang conhece Mao em Yanan, no Norte da China. Lá os comunistas instalam o quartel-general depois da Longa Marcha, uma fuga do Exército Vermelho do PCC por 9 mil quilômetros percorridos em um ano para escapar dos massacres do KMT.

Quando os japoneses invadem Xangai, em agosto de 1937, a atriz vai para o QG do partido para participar de filmes de propaganda comunista. Mais uma vez, não tem sucesso como atriz.

Ela consegue atrair Mao participando de conferências e palestras do líder. Senta nas primeiras filas e faz comentários entusiasmados. A relação incomoda outros líderes do partido. Ator não é profissão bem vista, Mao é casado e Jiang muito mais moça. Mas ele se separa e o casal se casa em 28 de novembro de 1938.

Com a vitória da revolução, em 1º de outubro de 1949, as mulheres da cúpula do PCC são convidadas para o Comitê Central, mas Jiang é excluída. Ela passa os anos 1950 fazendo várias viagens a Moscou para tratamento médico.

Recuperada, Madame Mao passa a trabalhar nos órgãos governamentais encarregados do controle e da censura das artes, especialmente das artes cênicas, do cinema e do teatro. Um de seus alvos prediletos são as óperas chinesas, que apresentam um mundo de imperadores, concubinas e monstros, sem maior relação com a vida do camponês e a luta revolucionária.

Agressiva e arrogante, Jiang é afastada do cargo. Enquanto isso, o Grande Salto para a Frente, um programa de Mao para acelerar o desenvolvimento industrial da China instalando usinas siderúrgicas em fazendas coletivas e comunidades rurais, fracassa. Entre 15 e 55 milhões de chineses morrem de fome ou em perseguição política entre 1958 e 1962.

Sob pressão de outros dirigentes do PCC, Mao se cerca de um pequeno grupo de radicais, inclusive sua mulher, e lança em 1966 a Grande Revolução Cultural Proletária, uma era do radicalismo político mais extremo, com grande expurgo de altos funcionários e intelectuais, muitos enviados para reeducação em comunidades rurais, em que alunos puniam professores e filhos denunciavam os pais por "desvios burgueses".

Milhões de estudantes deixam as escolas e universidades para se tornar guardas vermelhos, fiéis seguidores e implementadores das políticas expressas no Livro Vermelho de Mao, que brandiam nos ares em histeria coletiva. O trânsito para no sinal verde e anda no sinal vermelho. Obras de arte e de arquitetura são destruídas como resquício de um período imperial e ser varrido da história.

Como mulher mais poderosa da China, Jiang se vinga daqueles que a humilharam. Reinando sobre o setor cultural, cria as "óperas revolucionárias". Os heróis são camponeses que lutam contra grandes proprietários malvados, invasores japoneses e outros inimigos da revolução.

Seu poder vai muito além da cultura. Em 1969, Jiang entra para o Politburo do PCC. Faz parte do núcleo central e da ala mais radical que cercava o Camarada Mao, a Gangue dos Quatro. 

Um mês depois da morte de Mao em 9 de setembro de 1976, a viúva é presa e condenada à morte sob a acusação de ser responsável com a Gangue dos Quatro pelo radicalismo e a violência, quando Mao defenderia apenas a "luta pacífica". Em 1983, a pena é comutada para prisão perpétua. 

Ao sair para fazer tratamento médico, Jiang Ching se suicida em 14 de maio de 1991.

Nenhum comentário: