CARLOS I EXECUTADO
Em 1649, neva em Whitehall, no centro de Londres, quando o rei Carlos I é decapitado por traição durante a Guerra Civil Inglesa (1642-51).
Em 27 de janeiro de 1649, a Alta Corte ou Tribunal Superior de Justiça condena Carlos I, rei da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, por "deter um poder tirânico e ilimitado para governar por sua vontade e por negar os direitos e liberdades do povo". A pena é a morte por degola.
Carlos I é decapitado numa estrutura armada diante da Banquet House, em Whitehall, diante de uma multidão que enfrenta o frio para ver o regicídio. O rei faz um discurso final declarando-se inocente e um "mártir do povo", mas só quem está perto dele ouve.
Com a execução do rei, começa o breve período da República na história da Inglaterra, sob a liderança tirânica de Oliver Cromwell. Com a morte de Cromwell, em 1658, seu filho o substitui, mas a monarquia é restaurada em 1660, com a ascensão ao trono de Carlos II, filho de Carlos I.
HITLER CHANCELER
Em 1933, depois da vitória do Partido Nazista sem maioria absoluta, o presidente Paul von Hindenburg nomeia Adolf Hitler chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha, cargo que ocupa até a morte, no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Em 8 a 9 de novembro de 1923, os nazistas tentam o Golpe da Cervejaria de Munique para tomar o poder na Baviera. Hitler é preso, mas o julgamento o transforma em celebridade. Num ano de cadeia, ele escreve Mein Kampf (Minha Luta), o grande manual do nazismo.
Decidido a chegar ao poder pela via democrática, Hitler faz uma vigorosa campanha ultranacionalista, denunciando a injustiça do Tratado de Versalhes, antissemita e anticomunista.
O colapso da Bolsa de Nova York, em outubro de 1929, também atinge a economia alemã. Se o desemprego chega a 25% nos Estados Unidos em 1932, na Alemanha vai a quase 30% Enquanto os norte-americanos elegem Franklin Roosevelt e seu New Deal (Novo Pacto), nas eleições de 31 de julho de 1972, os nazistas conquistam o maior número de cadeiras no Reichstag, 230 de 585, com 37% dos votos.
Em 6 de novembro de 1932, há outra eleição antecipada. Com 33% dos votos, os nazistas elegem 196 deputados, mas continuaram sendo o maior partido no Parlamento. São as últimas eleições livres na Alemanha.
Um mês depois de Hitler ser nomeado primeiro-ministro, em 27 de fevereiro, os nazistas tocam fogo no Parlamento e acusam os comunistas. É o grande golpe de Hitler. Ele aproveita o episódio para obter poderes especiais, perseguir adversários políticos e conquistar maioria absoluta na Câmara.
Com a morte de Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, Hitler acumula os dois cargos, de presidente e primeiro-ministro, chefe de Estado e de governo, e um referendo o transforma no Führer, um ditador com poderes absolutos.
GANDHI ASSASSINADO
Em 1948, um fundamentalista hindu mata o herói da independência da Índia, Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma (Grande Espírito), aos 78 anos.
Gandhi nasce em Porbandar, na Índia, em 2 de outubro de 1869, estuda direito em Londres e vai para a África do Sul, onde a comunidade indiana luta por direitos civis e ele aplica pela primeira vez os princípios da resistência não violenta do norte-americano Henry David Thoreau, que conhece através do escritor russo Leon Tolstoy. De volta à Índia, em 1921, vira líder do Congresso Nacional Indiano.
Apesar de defender o pluralismo religioso, Gandhi não consegue evitar a divisão do subcontinente indiano entre Índia e Paquistão, em agosto de 1947, quando ambos se tornam independentes do Império Britânico.
O Mahatma acaba de fazer suas orações quando é morto por Nathuram Vinayak Godse, um ultranacionalista hindu membro da organização paramilitar Rashtryia Swayamsevak Sangh (RSS) em que o atual primeiro-ministro Narendra Modi inicia sua atividade política.
Modi está acabando com o legado de Gandhi de uma Índia pluralista com 900 povos que falam línguas diferentes e professam uma enorme variedade de línguas.
DOMINGO SANGRENTO
Em 1972, atiradores de elite do Exército do Reino Unido atiram contra uma manifestação pacífica, em Londonderry, de católicos nacionalistas e republicanos contra o domínio britânico da Irlanda do Norte e matam 13 pessoas desarmadas (outra morre meses depois), no Domingo Sangrento ou Massacre de Bogside, o pior em 30 anos de guerra civil.
Quando a República da Irlanda se torna independente, em 1922, seis dos nove condados da província do Úlster, de maioria protestante, formam a Irlanda do Norte, que permanece sendo parte do Reino Unido.A minoria católica e republicana sente-se discriminada dentro do Reino Unido. Quer fazer parte da Irlanda. A revolta aumenta na onda dos movimentos de libertação nacional dos anos 1960 e leva à guerra civil na Irlanda do Norte e à intervenção militar britânica em 1969.
O Exército Republicano Irlandês (IRA) Provisório é a maior força do lado católico, republicano e nacionalista irlandês na guerra contra o Reino Unido.
O serviço secreto militar britânico suspeita que o IRA vai se infiltrar na manifestação em Bogside e pode usar a multidão como escudo humano para atacar as forças de segurança. Atiradores de elite da força de paraquedistas do Exército Real vão para o alto dos prédios em missão especial que não é do conhecimento de agentes que estão policiando a manifestação no solo.
A marcha encontra vários bloqueios armados pelos soldados britânicos. Jovens manifestantes jogam pedras nos soldados, que respondem com balas de borracha, gás lacrimogênio e canhões d'água. Quando a multidão vê os paraquedistas no alto dos prédios, ataca com pedradas.
No meio da confusão, com tiros de balas de borracha disparados em terra, os atiradores disparam contra a multidão com munição letal. Os primeiros inquéritos acobertam o crime, alegando que os soldados atiraram em manifestantes armados que jogavam bombas.
Depois de 12 anos de investigação presidida por Lorde Mark Oliver Saville, o Relatório Saville conclui em 2010 que as mortes foram "injustas" e "injustificáveis". Nenhuma vítima estava armada nem representava qualquer perigo e nenhuma bomba foi jogada.
O então primeiro-ministro britânico, David Cameron, pede desculpas. Ninguém nunca é punido pelo Domingo Sangrento.
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